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Dinamite tenta superar crise política no Vasco

Depois de sete meses de poder, a era Roberto Dinamite vive o seu momento mais delicado. Os problemas na Justiça, que ameaçam até a exclusão do Vasco de competições nacionais e internacionais, juntam-se a uma grave crise financeira. Sem dinheiro, o clube não paga seus funcionários há quatro meses e nem consegue os R$ 5 milhões necessários para quitar as dívidas que o impedem de assinar contrato de patrocínio com a Eletrobrás. Para piorar, Dinamite vem perdendo pouco a pouco os aliados que o colocaram na presidência.

O primeiro a deixar a diretoria foi Manuel Fontes, ex-diretor de futebol, antes mesmo do rebaixamento no Brasileiro. Mas as marcas mais profundas foram deixadas pela saída de José Henrique Coelho, presidente do MUV, principal grupo de oposição ao ex-presidente Eurico Miranda. O homem que foi o braço direito de Roberto deixou o poder fazendo graves acusações de nepotismo e maquiagem do orçamento de 2009.

Não bastasse a saída do seu principal articulador, outro grande aliado está com os dias contados . O ex-vice-presidente jurídico e atual consultor Luiz Américo de Paula Chaves dificilmente ficará no clube depois das derrotas do clube no caso Jeferson – sexta-feira o clube abriu mão de se beneficiar da decisão do TRT de anular o julgamento do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro, ou seja, desistiu oficialmente de disputar as semifinais da Taça Guanabara. Roberto não fala sobre a situação de Luiz Américo e diz não temer a difícil fase que atravessa.

– Quando assumi, sabia que teria que superar muitas dificuldades. Mas vou até o fim, respeitando, como sempre, as pessoas e as instituições – desabafou o dirigente. – Temos os nossos defeitos e podemos errar, mas vamos melhorar. Conto com a ajuda dos grandes vascaínos.

O inferno astral do presidente parece não ter fim. A qualquer momento a juíza Érika Batista de Castro pode dar setença favorável tirando o Vasco-Barra do clube por falta de pagamentos. Segundo Armando Miceli, advogado do proprietário do imóvel, as dívidas já chegam a R$ 7,1 milhões – R$ 2,9 milhões por dois anos de falta de pagamento de aluguel e R$ 4,2 de IPTU.

– Já tivemos três reuniões, mas até agora o Vasco não formulou uma proposta. O que o meu cliente quer é receber o aluguel e não chutar o Vasco – garantiu o advogado.

Quanto às questões financeiras, a defesa de Roberto ainda é a herança da gestão Eurico Miranda. É este o argumento da diretoria para uma pendência que pode causar mais problemas ao presidente no futuro: nenhum documento da contabilidade do clube foi repassado ao conselho fiscal desde que Roberto assumiu.

– Como a contabilidade do primeiro semestre da gestão anterior só foi concluída em 15 de dezembro, houve um atraso – explicou Hercules Sant\"Ana, presidente do conselho fiscal. – Contratamos uma empresa para fazer a contabilidade. Eles garantiram que até a primeira semana de março tudo estará em dia.

Fonte: Jornal do Brasil/Netvasco
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