A 777 Partners divulgou um comunicado oficial nesta terça-feira (21) a respeito dos atrasos no pagamento dos direitos de imagem aos atletas do Vasco da Gama. O pagamento deveria acontecer todo dia 20 de cada mês, mas não ocorreu.
O atraso acontece em meio à disputa da Vasco SAF. A gestão de Pedrinho, presidente do Vasco, conseguiu uma liminar na Justiça para assumir o controle do futebol do clube, afastando assim a 777 do poder.
Na nota, a empresa lamenta o ocorrido e disse que tal fato nunca aconteceu nos 18 meses que está à frente da SAF do clube carioca. Por outro lado, a ESPN apurou que tal fato aconteceu em maio de 2023. Na oportunidade, a 777 também tinha atrasado o pagamento da parcela da contratação de reforços como Léo, Lucas Piton, Orellano e Pumita Rodríguez.
Na última quinta-feira (16), Pedrinho concedeu entrevista coletiva e garantiu que os compromissos financeiros seriam honrados.
“Caso a gente entre e tenha já um colapso financeiro, pode ter certeza de que o salário estará em dia. O cenário que imaginamos dentro do caixa da SAF é que tem receita para giro. Meu comprometimento é que, se não tiver, eu honro com os salários em dia e com todas as despesas mensais do Vasco”, disse o mandatário.
Por que Vasco atrasou pagamento?
De acordo com apuração da ESPN, o atraso de pagamento dos direitos de imagem se deve pelo fato do mês de maio ser considerado um “período ruim” para o fluxo de caixa, uma vez que há pouco ganho da renda do Campeonato Carioca e as parcelas dos direitos televisivos do Brasileirão 2024 só começam a ser pagas em junho.
É válido ressaltar que, no mesmo período, em 2023, a 777 antecipou receitas de setembro avaliadas em R$ 12 milhões para quitar pendências. Na última semana, houve uma reunião entre as partes para que houvesse uma nova antecipação entre R$ 5 e R$ 6 milhões.
Porém, a medida foi descartada após todo o imbróglio jurídico envolvendo a gestão de Pedrinho e a 777. Por outro lado, a reportagem pôde saber ainda que a empresa norte-americana "praticamente limpou" o caixa da Vasco SAF quando perdeu o controle para o clube associativo, gerando assim, um atraso nos pagamentos futuros que seriam realizados.
A tendência é que novos atrasos possam acontecer em breve, uma vez que a folha salarial do clube é avaliada em R$ 15 milhões, e a Vasco SAF conta atualmente com apenas R$ 600 mil.
Atual gestão tenta encontrar soluções
A reportagem apurou ainda que as declarações de Pedrinho não foram muito bem aceitas por seus apoiadores no Vasco, uma vez que ele teria assumido responsabilidades futuras sem ter como honrar com esses compromissos. Em meio a este cenário, o craque tenta encontrar novas opções de renda à SAF.
Pedrinho trabalha em duas frentes. O chamado “plano A” seria um fundo de investimentos árabes, do qual ainda não se sabe o nome. A segunda opção é mantida sob sigilo pela direção vascaína. Porém, é válido ressaltar que o controle do futebol da Vasco SAF está mantido sob força de uma liminar que pode cair em breve.
A 777 recorreu da perda do controle do futebol. Agora, o pedido do recurso está nas mãos de César Felipe Cury, Desembargador Relator da 20ª Câmara do Direito Privado.
Desta forma, o Vasco fica “preso” e sem a possibilidade de vender os 70% das ações adquiridas pela 777, uma vez que possui apenas 30% da SAF. A próxima fonte de renda que o clube carioca espera receber é uma parcela da “Betfair”, nova patrocinadora máster, que deverá ser paga até o início do mês de junho.
Em meio à guerra de narrativas e de controle pelo poder, o Vasco entra em campo nesta terça-feira, às 21h30, pelo confronto de volta da Terceira Fase da Copa do Brasil, diante do Fortaleza, em São Januário. No duelo de ida, os dois times empataram em 0 a 0.
Veja abaixo a nota oficial da 777 Partners
A 777 Partners lamenta que o Vasco SAF, sob o comando do clube associativo, não tenha quitado no prazo os direitos de imagem dos atletas, pagamento que deveria ter sido feito na última segunda-feira (20). Foi o primeiro atraso de salários ou imagem com o elenco desde que assumimos a companhia, há 18 meses.
A decisão liminar que temporariamente nos afastou do comando do Vasco SAF impediu que fizéssemos um aporte ponte, como feito no ano passado nesse mesmo período do ano, quando as receitas do futebol são mais baixas.
Aproveitamos para tranquilizar os vascaínos, jogadores e funcionários, garantindo que tão logo a presente aberração jurídica seja revertida regularizaremos de imediato essa triste situação.