Futebol

Diretor da Kappa abre o jogo sobre parceria com o Vasco

Anunciada pelo Vasco como nova fornecedora de material esportivo em fevereiro, a Kappa previu lançar o novo uniforme entre maio e junho. Porém, a pandemia do novo coronavírus tornou imprevisível a data de revelação da nova roupa vascaína.

O certo é que, conforme André Giglio, diretor de patrocínios esportivos da empresa, as camisas foram projetados em conjunto com o clube e produtos que remetam a conquistas históricas farão parte da gama de unidades ofertadas à torcida - Kappa e Vasco tiveram uma relação vitoriosa entre o final da década de 1990 e início dos anos 2000.

- A gente fez um processo bastante participativo. O resultado e o produto que virá ao mercado foi desenvolvido a seis mãos. Houve tremendo envolvimento na criação do clube, da Kappa do Brasil e da Kappa da Itália. Como todo o processo democrático e mais gente participa, fica mais lento. Mas ele é menos impositivo. Ele já se encontra 100% definido, a coleção já está definido - disse André Giglio, para completar:

- Só a utilização da marca já é histórica. Na coleção, teremos produtos alusivos a grandes momentos do clube. Mas também vivemos um momento novo. É um novo Vasco, é uma nova Kappa. Então, é um novo produto. Não vamos quebrar o vínculo do passado, que a gente se orgulha, mas vivemos uma nova página.

Antes da paralisação dos jogos e treinos, o Vasco usava material da Diadora, com quem rompeu em 9 de janeiro, quando rompeu com a Diadora. A ideia era usar o uniforme da antiga parceira até o final do Campeonato Carioca.

Veja mais respostas de André Giglio, diretor de patrocínios esportivos da Kappa

Como foi a negociação?

A Kappa retomou o projeto de patrocínio faz uns dois anos. É óbvio que qualquer time que tenha porte grande gera interesse de uma marca, e o Vasco tem esse perfil. O clube é um grande expositor de uma marca. Ainda mais se tendo esse histórico que tivemos, a própria Itália tem boas recordações. Foi um período austero, proveitoso e de muitas conquistas.

Por alguns momentos, a gente teve conversas em alguns pontos quentes, mornos e frios. As oportunidades acontecem até que chegou em um momento no qual se pareceu viável acertar. A conversa foi extensa por conta de circunstâncias comerciais e contratos vigentes.

Quando começa a parceria? Qual a previsão de lançamento do uniforme?

Na verdade, todo o movimento acontece em momentos de definições de quando e como. A gente estava nesse nível quando aconteceu a turbulência (do novo coronavírus), que fez qualquer plano ficar suspenso. A gente não sabe o caminho, o terreno e a estrada que vamos pisar. A ideia, mais ou menos, era ter o lançamento dos uniformes entre maio e junho. Essa era a posição anterior.

Neste momento, por conta do novo coronavírus, é muito difícil apontar uma data. O lançamento prevê o uso dos uniformes por conta do clube, a distribuição dos produtos no varejo e nas lojas que farão as vendas. Neste momento, a gente não sabe quando que essas portas se abrem. Pode ser daqui a uma semana pode ser daqui a 60 dias. Então, marcar para remarcar fica difícil.

A gente tem tido conversas constantes com o clube trazendo tudo o que é novidade. De fato, não temos uma data marcada. A gente sabe o tempo que precisa para fazer as coisas acontecerem. Desde que haja a viabilidade. Isso não está na nossa mão e na mão do clube. É questão de circunstâncias e definições do poder público. A gente trabalha com produtos importados, temos fornecedores em diferentes pontos do Brasil. Então, não adianta ter uma liberação em um local apenas. A gente precisa de "n" liberações no país e no mundo para as coisas acontecerem.

A situação da Itália, um dos países mais afetados pela Covid-19 e seda da matriz da empresa, interfere de alguma maneira?

Não. Interfere em processos internos nossos. Por exemplo: a gente teve de desmarcar algumas reuniões presenciais com pessoas que viriam de lá ou com pessoas que iriam para lá. Isso não interfere no processo produtivo. Até porque são empresas que, digamos assim, acharam soluções para que o afastamento social não afetasse o desenvolvimento e criação da coleção. Poderia afetar, sim, na produção, uma etapa na qual reúne mais pessoas em um mesmo local e geraria aglomeração.

Em que pé está a situação do Vasco?

A produção é um processo muito lento. Quando se fala em produção, se tem de pensar desde a confecção do tecido. É um processo que demora 40 ou 50 dias. Então, sim, já estamos em produção e há um considerável tempo. Mas sempre tem um insumo que chega, tem a parte de finalização.

A coleção é muito extensa, são vários produtos. Alguns sofrem mais impacto do coronavírus do que outros, por conta de complexidade, por conta de tecido finalizado, questões de matéria prima importada. Tem um pouco de tudo. O que é normal. Tão logo sejam reabertas as portas do comércio, o negócio terá sequência. Não posso falar que está dentro da normalidade pois a situação é atípica. Não temos nada anormal dentro da situação que existe. A gente parou com os processos em determinado ponto e serão retomados.

O que se pode falar dos modelos dos uniformes?

Não posso falar de modelos e do desing. Agora, existe um escalonamento de lançamento, há um cronograma de entrega de produtos novos a cada mês. O que é diferente do enxoval do clube. Neste momento, falamos da linha de jogos e dos principais produtos que compõe do enxoval do clube. E teremos, claro, neste momento, alguns produtos complementares.

O contrato prevê pagamento de um valor fixo ao Vasco ou ele varia?

Não posso me pronunciar a esse respeito. Existe questões de performance: melhores performance, melhor remuneração. De venda, de gestão de projeto. É como um todo. São modelos de negócio novos, é um modelo de parceria.

Fonte: ge
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