No dia em que o Vasco estreia na Copa do Brasil sonhando com a polpuda premiação de R$ 72,4 milhão garantida ao campeão - enfrenta o Altos às 21h30, no Piauí - a crítica situação financeira motivou protesto em São Januário.
A fim de cobrarem esclarecimentos a respeito dos atrasos de salário, funcionários que trabalham na manutenção do clube foram orientados por seus superiores a pararem de trabalhar até que alguém do departamento financeiro conversasse com eles.
O colunista Gilmar Ferreira, do Extra, deu a informação primeiramente. Ela foi confirmada pelo GloboEsporte.com.
Como ninguém apareceu antes do meio-dia, o grupo, após orientação de seus responsáveis, foi almoçar e ficou parado até Anderson Santos, diretor financeiro do Vasco, atendê-los às 14h30.
Anderson afirmou que não tinha como dar previsão de pagamento, mas que há a possibilidade de, no curto prazo, serem liberadas receitas oriundas de patrocínios da Caixa e da Havan. É nisto que a gestão do presidente Alexandre Campello trabalha para amenizar as dificuldades.
No último dia 6, a Justiça do Trabalho determinou desbloqueio de R$ 5 milhões do contrato com a Caixa para pagamento de funcionários, o que ainda não ocorreu. O valor está retido desde 2017 pelo fato de o clube não ter Certidão Negativa de Débito (CND).
A decisão deu-se após ação movida pelo Sindicato dos Empregados em Clubes, Federações e Confederações Esportivas e Atletas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (Sindeclubes). Questionada pelo GloboEsporte.com, a Caixa emitiu o seguinte comunicado:
"A CAIXA esclarece que o pagamento de parcelas do contrato de patrocínio está condicionado ao cumprimento das contrapartidas pactuadas, bem como de todas as demais condições contratuais."
O advogado Henrique da Silva Fragoso, representante do (Sindeclubes), contestou o argumento:
- Essa matéria é superada, afinal, a natureza alimentar sobrepõe qualquer situação fiscal. Por isso, entramos com a ação.
Em relação à Havan, com quem o Vasco firmou contrato no início da temporada, o clube tenta operação que antecipe o valor integral do patrocínio (R$ 2,5 milhões).
Terminada a conversa, cuja duração foi de aproximadamente de 20 minutos, funcionários voltaram ao seus postos, mas não trabalharam com força máxima: fizeram apenas o indispensável nas suas funções.
O débito com os funcionários é dividido em "categorias diferentes". Quem ganha até R$ 1,8 mil tem os meses de dezembro, 13º e janeiro em aberto. Quem recebe acima desse valor, tem o mesmo a ser quitado e mais a folha de novembro. Com prestadores de serviço, a dívida também contempla setembro.