O desabafo de Juninho Pernambucano colocou novamente em evidência os salários atrasados do Vasco. A situação vinha sendo administrada de forma interna, mas entre os integrantes da delegação que viajou a Montevidéu, local da partida contra o Nacional, as conversas privadas lembraram que as palavras do meio-campo de 37 anos poderiam causar instabilidade no grupo exatamente numa semana em que a equipe busca o primeiro lugar em seu grupo da Libertadores, nesta quinta-feira, e tem um jogo decisivo contra o Nova Iguaçu, domingo, para garantir uma vaga na semifinal da Taça Rio.
O diretor de futebol Daniel Freitas reconheceu que o Vasco está em atraso em relação ao salário de fevereiro (que venceu em 20 de março) e a alguns pagamentos do direito de imagem. No entanto, destacou o esforço do clube para quitar a dívida em até uma semana e garantiu não temer um novo movimento dos jogadores em relação ao boicote à concentração, como ocorreu antes de três partidas no início de fevereiro. Na ocasião, o débito do Vasco era de dois meses.
- Não acho que exista essa possibilidade. Os jogadores vêm sendo informados regularmente sobre o pagamento e sabem que a diretoria se esforça para quitar o que deve até a semana que vem. Admito que este não é o cenário ideal para a administração esportiva - disse o dirigente.
Alecsandro lamentou o fato de novamente conviver com essa realidade, mas lembrou que o Vasco provou em outras ocasiões que o compromentimento dos jogadores com o clube está acima de qualquer problema.
- Infelizmente isso virou rotina no futebol brasileiro, não apenas no Vasco. É complicado, porque cada vez mais temos grandes jogadores atuando no nosso país. Mas mesmo com esse problema nós conquistamos a Copa do Brasil no ano passado e garantimos com a antecipação a vaga para a próxima fase da Libertadores. Isso mostra profissionalismo. Estamos sempre do lado da diretoria, mas claro que vamos contestar quando houver pendências - afirmou.