É no encontro de Cruzeiro, Vasco e Botafogo no Brasileiro da Série B que reside grande parte do interesse na edição deste ano. Os adversários mais habituados a frequentar divisões inferiores do país observam atentamente os “intrusos” na competição. A expectativa é de dificuldade maior para conseguir o tão sonhado lugar na elite do futebol brasileiro. Mas também existe o vislumbre de oportunidades no horizonte.
A maior diz respeito à visibilidade que o trio, entre os dez clubes de maior torcida do Brasil, pode trazer para a competição. Existe a previsão de que mais jogos da Série B sejam transmitidos, inclusive na TV aberta, devido à chegada da dupla carioca, rebaixada ano passado e que se junta à Raposa, que caiu em 2019 e não conseguiu o acesso na temporada passada.
Mais partidas televisionadas e vistas por um número maior de pessoas significam um poder de barganha maior junto a patrocinadores. É nessas horas que um apoio pontual aparece para ocupar um espaço no uniforme e tentar pegar carona na fama do time adversário. Para o Brusque, existe um ativo mais valioso que estará sendo exibido para mais pessoas quando a equipe de Santa Catarina, estreante na Série B, enfrentar Cruzeiro, Vasco e Botafogo.
— Mostraremos nossos jogadores para um público maior. Eles são nossa principal “mercadoria”, digamos assim. Contamos muito com a visibilidade dessa Série B — afirmou o presidente Danilo Rezini.
preocupação em campinas
Por outro lado, ainda que sem a força de outros tempos, o trio segue sendo motivo de preocupação de quem disputa a competição há mais tempo e, a cada ano que passa, renova a esperança de alcançar um lugar na Série A. O Guarani é bom exemplo disso.
O clube de Campinas, única equipe de uma cidade do interior a ser campeã brasileira, no distante ano de 1978, não disputa a Série A desde 2010. Chegou a cair para a Série C em 2016, mas desde 2017 tenta voltar à elite. No ano passado não chegou perto — ficou apenas em 13º — e na atual temporada tenta novamente o pulo do gato. O Guarani chega motivado pelo desempenho no Campeonato Paulista, em que conseguiu terminar à frente do Santos na primeira fase.
— Esses times vão elevar o nível da competição, de dificuldade — afirmou Michel Alves, superintendente de futebol do Guarani: — Quem ganha é o torcedor, que verá a Série B mais acirrada dos últimos anos. Será muito interessante.
Por muitas temporadas, o clube grande que era rebaixado se beneficiava da manutenção da receita de Série A para montar um time competitivo a ponto de ser muito difícil não conseguir voltar para a elite logo na primeira tentativa. Isso criava uma desigualdade entre ele e os outros competidores já presentes na Série B.
O último que aproveitou disso foi o Internacional, em 2016. A cláusula que protegia os grandes acabou em 2018 e o Cruzeiro, em 2019, foi o primeiro time de massa a ser rebaixado e sofrer com o corte abrupto nas receitas. Coincidência ou não, não conseguiu subir no ano seguinte.
Vasco contrata michel
Vasco e Botafogo retornam à Série B pela primeira vez nessas condições, que os aproximam mais dos adversários. Nesta terça-feira, o clube da Colina,que estreia sábado contra o Operário-PR, em São Januário, anunciou a décima contratação para a temporada: Michel, volante do Grêmio, chega emprestado até dezembro.
Na temporada passada, o atleta foi emprestado ao Fortaleza, mas pouco entrou em campo, com uma lesão no joelho esquerdo. Em agosto acabou sendo operado.
Aos 31 anos, Michel tem no currículo o título da Série B de 2016, quando foi campeão pelo Atlético-GO ao lado do técnico Marcelo Cabo, hoje no Vasco, e da Libertadores de 2017 com o Grêmio.
Já o Botafogo fará o primeiro jogo contra o Vila Nova, sexta-feira, em Goiânia. O atacante Chay, contratado na segunda-feira, já teve seu nome publicado no BID e poderá fazer sua estreia.