Apesar de contar com o Cefan (Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes) como alternativa para os treinamentos da equipe profissional, o Vasco sobrecarregou o gramado de São Januário no mês de fevereiro. Só pelo elenco de Gaúcho, o estádio foi utilizado dobro do número considerado ideal para treinos no período: 17, no total. O excesso de uso prejudica a manutenção do campo, que passou por reforma no início do ano.
A intenção inicial era que o CT da Marinha servisse de desafogo e sediasse em média três treinamentos por semana, o que aliviaria o gramado do estádio vascaíno. O campo do CT, no entanto, passou por uma reforma no começo do ano e desagradou jogadores e comissão técnica na primeira atividade realizada no local, no dia 6 de fevereiro. Desde então, nenhum treino da equipe titular aconteceu no Cefan.
O campo do Cefan estava muito duro. Preferimos deixar o campo se recuperando mais alguns dias. Por isso evitamos usá-lo nos últimos dias, disse o diretor executivo René Simões, que não descartou renegociar o aluguel de R$ 20 mil por conta da subutilização. Ainda não venceu o primeiro mês. Quando vencer, vamos sentar e conversar, completou.
Ao todo, foram realizados apenas três treinamentos no Cefan em fevereiro, sendo dois apenas para reservas. Por duas semanas consecutivas, o Vasco transferiu atividades marcadas para o CT de volta para São Januário. O número real de treinos no local ficou bem longe da expectativa inicial, algo em torno de 15 vezes por mês.
A restrição da comissão técnica em relação ao estado do gramado encontrado no Cefan gerou uma sobrecarga inesperada em São Januário. Além de treinos e jogos da equipe profissional, o campo ainda sofreu desgaste com partidas do time de futebol feminino do clube, que disputa a Copa do Brasil. O resultado foi um uso da sede em 17 dos últimos 23 dias, número que representa cerca de 75%. O palco principal do Engenhão, por exemplo, costuma ser usado em menos da metade das datas.
O ideal seria que treinássemos aqui apenas uma vez por semana. No apronto para o jogo, na sexta ou no sábado. Tem tido treino todo dia, lamentou o vice-presidente de patrimônio Manoel Barbosa, que teve seu discurso replicado por René Simões. Local de jogo não é para treinar todo dia. Temos que fazer um ou dois treinos aqui, no máximo, decretou o diretor.
Responsável por supervisionar os trabalhos de manutenção do gramado, Manoel Barbosa lembrou que o gramado passou por reforma no começo do ano e reconheceu que a sobrecarga atrapalhou sua recuperação.
Reformamos o gramado no começo do ano e o ideal nesse período era não ter trabalho nenhum aqui. Mas a equipe opta por treinar aqui e não temos como dizer não. É o nosso carro chefe, justificou o dirigente, que elogiou o estado atual do campo, apesar das dificuldades impostas para a manutenção. Hoje já é um campo de futebol. Está perfeito, encerrou.