A dívida de clubes com a CBF teve uma redução de R$ 60 milhões durante o ano de 2022. A queda no valor coincide com o período de início de SAFs que têm que quitar seus débitos para fazerem a transição para empresa.
Ao final de 2022, as contas a receber da CBF de "filiados especiais", os clubes, ficou em R$ 49,3 milhões. No ano anterior, o crédito da confederação era de R$ 109,9 milhões.
Era uma prática da gestão de Ricardo Teixeira emprestar dinheiro a clubes principalmente quando precisava de apoio político. Os débitos cresciam com os juros.
Vasco e Botafogo eram clubes que acumulavam dívidas antigas com a CBF. Ambos transformaram-se em SAFs durante o período de 2022. Para completar o processo, tinham que quitar débitos tanto com a CBF quanto com a Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro). Os balanços dos dois clubes ainda não foram divulgados para saber se sobrou algo dos débitos.
O acionista majoritário do Botafogo, John Textor, chegou a reclamar da confederação por retenção de suas receitas da Copa do Brasil. A diretoria do clube mandou ofício para anular a retenção. Mas o dinheiro era justamente para pagar dívidas antigas.
Havia outros clubes devedores da CBF. O balanço não detalha quais foram os débitos quitados e de quais clubes. No documento, a CBF descreve que os débitos em aberto com os clubes têm vencimento entre 1 a 90 dias, isto é, no primeiro trimestre de 1990.
A CBF ainda tem direito a receber o pagamento pela premiação da Copa-2022. São US$ 17 milhões. No balanço, é registrado como R$ 88,9 milhões a serem tecidos em premiações.
O dinheiro ajudará a reforçar o já gordo cofre da CBF. Ao final de 2022, a CBF acumulava R$ 888 milhões em caixa, um aumento de mais de R$ 100 milhões em relação ao ano anterior.