Depois de protestos do lado de fora e com um atraso de quase um hora e vinte minutos, foram conhecidos nesta quinta-feira os dois consórcios que vão brigar para gerir o Complexo Esportivo do Maracanã pelos próximos 35 anos. Os postulantes são o Consórcio Maracanã S.A., formado por Odebrecht Participações, IMX e AEG; e o Consórcio Complexo Esportivo e Cultural do Rio de Janeiro, formado por OAS, Stadion Amsterdam N.V. e Lagardère Unlimited.
O presidente da Comissão de Licitação do Maracanã, Luís Roberto Silveira Leite, vai agora analisar a documentação necessária para a validação das propostas. Não há prazo definido para que se conheça o futuro gestor do complexo esportivo. Os dois postulantes enviaram representantes para a sessão, que foi realizada no Palácio Guanabara, sede do Governo do Estado, em Laranjeiras, Zona Sul da cidade.
O início da sessão que marca o começo do processo licitatório do Maracanã estava marcado para as 10h desta quinta-feira, mas só começou às 10h35 e os documentos só começaram a ser avaliados às 11h20. A sessão chegou a ser interrompida. Antes do início do processo, os deputados Marcelo Freixo e Janira Rocha, ambos do PSOL, tentaram garantir o acesso aos manifestantes que protestavam do lado de fora.
- É uma audiência pública e a polícia está proibindo a entrada das pessoas. Isso é ilegal - esbravejou Freixo.
O deputado tentou a liberação da entrada dos manifestantes com Regis Fichtner, secretário de Estado da Casa Civil, mas ele só permitiu a entrada de quatro representantes. Como os manifestantes que estavam do lado de fora afirmaram que não se sentiriam representados por apenas quatro pessoas, a sessão transcorreu sem a presença deles.
Durante a manhã, cerca de 200 manifestantes protestaram contra o processo licitatório do estádio. Entre eles, estavam índios que tiveram de deixar o antigo Museu do Índio, no complexo do Maracanã, em virtude da instalação no local do Museu Olímpico, e simpatizantes do movimento. O trânsito ficou complicado na Rua Pinheiro Machado, já que os manifestantes chegaram a bloquear totalmente a via.
GUERRA DE LIMINARES
O início do processo chegou a ser suspenso com uma liminar da Justiça que acatava pedido do Ministério Público do Rio - o órgão alegava indícios de irregularidades, além do suposto benefício à empresa IMX, do empresário Eike Batista. O Governo do Rio, porém, conseguiu cassar à noite a liminar e confirmou a sessão para a manhã desta quinta-feira.