A cada jogo que passa do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, o Vasco vive um drama na hora da equipe ser escalada. Todos os olhos correm até o centro das atenções, que responde pelo nome de Juninho Pernambucano. Aos 38 anos e ainda o grande ídolo da torcida, o jogador ainda não tem um sucessor capaz de continuar o seu reinado. A fórmula encontrada pelo técnico Dorival Júnior quando não pode escalar o apoiador é a de apostar em um time mais compacto na parte defensiva e capaz de sair em velocidade na busca pelo ataque.
O fato é que o clube ainda não encontrou um substituto à altura, capaz de encontrar as melhores soluções para a distribuição de jogo, aliada a uma capacidade de comando e ao toque preciso na bola. A soma das qualidades de Juninho faz com que Dorival encare com naturalidade a questão.
Segundo o treinador, grandes jogadores como Juninho costumam ser insubstituíveis ou demoram um bom tempo para ganharem um sucessor com qualidades à sua altura. — Ou você tem um jogador com a categoria dele ou não. É muito difícil substituir esse tipo de jogador. A solução, quando ele não pode entrar em campo, é tentar tornar o time mais compacto, com saída rápida para o ataque — disse o treinador.
Pelo menos para o torcedor do Vasco, uma boa notícia. O técnico garantiu a presença de Juninho no jogo de domingo, contra o São Paulo, às 16h, em São Januário.
O jogador vai passar por uma avaliação física após o jogo para saber se terá condição de participar da partida seguinte, diante do Vitória, quarta-feira, às 19h30m, também em São Januário. Situação que será constante no segundo turno.
— Temos que conviver com essa situação. O Juninho não é nenhum garoto, e não quero perdê-lo na competição. Por isso, vamos escalá-lo quando não houver nenhum risco para ele. Em alguns jogos, não poderemos contar com el,e e temos de buscar soluções sem pensar em uma “Juninho dependência” — disse Dorival.
Com a presença do meia garantida, e Fágner de volta à equipe após cumprir suspensão automática contra a Portuguesa, Dorival confia em um rendimento melhor do time em uma partida perigosa, diante do São Paulo revigorado pela contratação do técnico Muricy Ramalho e na luta para sair da zona de rebaixamento, onde se encontra atualmente.
— O São Paulo é um grande time e vem dirigido pelo Muricy, que conhece muito bem o clube e a maioria dos jogadores. Já vinha em processo de recuperação com o Autuori e será um adversário muito difícil. Mas nós também estamos bem armados e temos que nos impor em nossa casa. Sobretudo, após termos iniciado o segundo turno com uma derrota para a Portuguesa. É hora de erguermos a cabeça e partirmos para a recuperação na competição — disse Dorival.
Ao falar em recuperação da equipe, Dorival sabe que o time tem pela frente quatro jogos complicados, contra adversários diretos na briga para não entrar na zona de rebaixamento. O Vasco enfrentará, até o fim do mês, São Paulo, Vitória, Atlético-MG e Bahia. Todos lutam para ganhar novo fôlego e respirar com um pouco de tranquilidade na competição. Essas quatro rodadas podem definir o rumo dessas equipes no Brasileiro. Quem obtiver bons resultados abre frente e passa a mirar alvos na parte de cima da tabela. Quem tropeçar precisará pensar na parte de baixo e ter como objetivo se livrar do rebaixamento.
Dorival tem consciência disso, mas aposta na evolução do trabalho. Para ele, o time tem tido mais posse de bola que os adversários e criado situações de gol. Porém, não consegue aproveitá-las como deveria.
Se a pontaria melhorar, o time pode dar a arrancada sonhada pelo treinador. A derrota por 2 a 0 para a Portuguesa, no Canindé, no meio da semana , na abertura do segundo tuno, não estava nos planos de ninguém no clube. Agora, o time terá de dar uma resposta positiva nos próximos jogos. O desafio é grande e terá de ser cumprido — com ou sem Juninho no time.