Paulista de Araraquara, Dorival Júnior milita há mais de 30 anos no futebol, entre sua carreira como jogador e treinador. Mas só em 2009, no Vasco, teve sua primeira chance de trabalhar no Rio de Janeiro. Mesmo assim, vai ostentar uma honraria exclusiva: será o único a estar presente no jogo que marcou o fechamento do Maracanã, em 2010, e na reabertura para clubes, que acontece neste domingo, contra o Fluminense, após a ampla modernização de olho na Copa do Mundo de 2014. Animado, o técnico minimizou a polêmica envolvendo os lados das torcidas, que tomou conta da semana, e crê que isso não inibirá os cruz-maltinos.
A diretoria chegou a enviar um ofício solicitando apenas 10% dos ingressos, em retaliação, diante da negativa do Tricolor de ceder ao pedido para o Vasco manter a posição tradicional, pela entrada da Uerj. O rival das Laranjeiras, como mandante e locatário oficial do estádio, tem o direito de escolher. No fim das contas, o número de bilhetes adquiridos já havia sido superior e a venda continua em São Januário - inclusive com longas filas nesta sexta-feira.
Segundo Dorival, que em sua apresentação já lembrava do abraço ao time na Série B, o papel da arquibancada será fundamental na campanha de recuperação neste Brasileirão.
- Não nos preocupa ficar em minoria. Sei que eles vão comparecer. Se forem em menor número, vão fazer a diferença no apoio da mesma forma. Não tenho dúvida de que os vascaínos vão abraçar a equipe novamente. Precisamos retomar a confiança para que voltemos a ter o incentivo deles aos jogadores em campo. Cabe a nós desempenharmos esse papel para que o torcedor continue firme, com um parâmetro positivo - afirmou.
Na primeira partida em seu retorno, apesar da derrota, foram quase 30 mil vascaínos dividindo o Mané Garrincha, em Brasília, com os rubro-negros. O Flamengo, aliás, é seu ex-clube e também o rival que encarou pelo Santos em agosto de 2010, no empate em 0 a 0. O atacante André também fazia parte do grupo do Peixe, mas não entrou em campo.
Dorival fez questão de valorizar seu posto e o de Abel Braga neste momento histórico.
- É natural que se alcance os grandes palcos quando se tem resultados. É uma busca para todos nós, treinadores, que acaba concretizando o sonho de muitos. Outros tantos talvez não alcancem essa mesma possibilidade - destacou.
O zagueiro Renato Silva também rejeitou opinar no impasse e adotou tom político.
- Essa parte deixamos para a diretoria. Eles têm mais competência do que a gente para isso. Nossa situação não está fácil no campeonato. Já joguei 90% a 10% (de torcida), mas podia ficar 50% a 50%. Na verdade, espero mesmo que a gente possa segurar bem a partida e que nossos 10% possam estar nos apoiando para fazer um grande jogo - ponderou.