Dorival Júnior: "O que mudou foi a atitude da equipe"

Em entrevista à Rádio Globo, o técnico do Vasco, Dorival Júnior, afirma que o que fez a diferença entre o primeiro e o segundo tempos do Vasco contra o Resende foi muito mais a atitude da equipe do que as suas mudanças:

\"Acho que o que mudou foi a atitude da equipe. Não é por causa de uma alteração que, de repente, muda todo o comportamento. Mudou realmente a atitude. Adiantamos a marcação, começamos a trabalhar um pouco mais a bola, com dinâmica, dando um toque apenas na passagem de bola. A nossa transição ficou mais rápida. Começamos a tomar as bolas na intermediária da equipe do Resende e isso aí talvez tenha sido o divisor no momento da definição do resultado. Acho que a equipe está de parabéns, porque fez um primeiro tempo abaixo da crítica e um segundo tempo dentro de um nível que nós esperamos que aconteça mais vezes\"

Oscilações no rendimento do time:
\"Ainda vai acontecer muito. Por isso que não adianta acharmos que o resultado de hoje já nos leva a uma possibilidade maior no Domingo, que isso vai acontecer de uma maneira bem diferente. É uma equipe em formação. Toda equipe em formação oscila demais, mesmo dentro de uma partida, toda ela muito boa, de repente em quinze minutos, tem uma caída repentina. Então, o que eu vejo é que esse processo é moroso, é lento. Infelizmente nós vamos ter que ter essa paciência, porque vamos ter que conviver e aprender com aquilo que aconteça dentro das partidas. Eu acho que isso é importante que o torcedor saiba. As correções vão acontecer dessa forma. A mudança de postura da equipe foi fundamental para que conseguíssemos esse resultado\"

Clássico com o Fluminense:
\"É um clássico, o primeiro clássico do ano. Um jogo cercado de muita expectativa. Acredito que tenha tudo para ser um jogo decisivo para as duas equipes. Espero que o Vasco se comporte de uma maneira adequada às necessidades, principalmente num jogo de tamanha importância\"

O que foi falado no vestiário:
\"Eu sou bem sincero com vocês [jornalistas]. Muito menos pela mudança, pela alteração executada, muito mais pela mudança comportamental da equipe. Aí, sim, a equipe teve uma mudança completa. Adiantamos a nossa marcação, melhoramos a nossa saída de bola, a nossa transição ficou um pouco mais leve. Começamos a fazer a bola fluir. Não que com o Fernandinho, não estávamos tendo isso, é que nós estávamos jogando de uma maneira errada, tanto com ele quanto com o Alex. Pouca aproximação com o Rodrigo. A partir desse momento, adiantando a nossa marcação, nós conseguimos ter a posse de bola dentro do campo advesário e, a parti daí, a saída rápida e a chegada mais ainda. Para mim, esse foi o diferencial. Houve uma mudança comportamental. A equipe, além de ter acrescentando todos esses itens, ainda teve uma mudança, acreditou mais, procurou jogar de uma maneira mais simples. E com simplicidade, nós construímos o resultado\"

Como o Vasco chega para o clássico?
\"É uma expectativa muito grande, até porque as três equipes que reformularam quase que por completo, Fluminense, Vasco, Botafogo, ainda geram uma desconfiança grande.Existe sempre aquela expectativa, cria-se uma expectativa em determinados momentos, em outros momentos, questiona-se muito. O que eu vejo é que essas equipes ainda terão que passar por outras provas, para que tenhamos uma aceitação um pouco mais regular, um pouco mais aceitável. Eu acho que a equipe está evoluindo, está progredindo. A promessa é que para a partida seguinte, melhore um pouco mais. A expectativa é nesse sentido. Agora, nos nunca sabemos o que vai acontecer. Por isso é que eu sempre coloco que essas oscilações serão naturais nesse momento. É um momento de formação. É pouco tempo para você corrigir de uma partida para outra. E você às vezes tem que usar muito mais o tempo, o intervalo técnico para que você tenha a possibilidade de buscar uma melhoria, uma correção quase que total daquilo que tenha acontecido no primeiro tempo\"

Alex Teixeira se sentir melhor jogando mais recuado:
\"Eu nunca obriguei o Alex a jogar na frente, nem tampouco a trazê-lo para marcar. Ele tem que jogar dentro das características dele. O que eu quero é que o jogador tenha liberdade para poder trabalhar dentro da condição que cada um apresente. Eu não vou tolher, em nenhum momento, uma característica ou outra de um atleta, até porque eu estaria contribuindo para prejudicá-lo em todos os aspectos. Eu não quero isso, eu quero uma equipe sempre atenta e jogando dentro da sua melhor condição. Se ele se sente bem assim, é porque ele começou a encontrar um espaço, não porque nós pedimos que ele mantivesse uma postura no primeiro tempo e alterasse no segundo. Ao contrário, eu quero que ele jogue dentro da sua melhor condição, vindo buscar, trabalhando, chegando de frente. Esse é um pedido que eu sempre faço, tanto a ele, Fernando, Carlos Alberto, porque são jogadores que têm uma característica única, de caminharem com bola, de observarem as alterações de posicionamento, para que possam servir aos companheiros. Você tem que estar de frente para que isso aconteça. Principalmente um jogador leve como o Alex, como o Fernandinho. Jamais, de costas, eles produzirão da forma como se tivessem pego uma bola e partido de frente ao adversário\"

Bom momento de Nílton já fez o jogador ganhar a posição?
\"O jogador se escala. Ele tem feito grandes partidas, era para ter estreado, teve uma lesão nos últimos dias de preparação. Eu preferi aguardar um pouco mais. É um jogador que tem dado uma contribuição muito boa. Espero que ele mantenha essa postura, porque foi importantíssima a chegada e a presença dele na nossa equipe\"

Determinações em relação a Tiago cobrar faltas e pênaltis:
\"Liberdade. Ele é que vai sentir se é o momento, se está confiante. Tem treinado. Temos um posicionamento defensivo para uma situação de bola batida na barreira, um rebote que seja. Espero que não venha a acontecer. Quem sente é ele. Naquele momento, tem uma jogada trabalhada. Ele prepara e o Jéferson ou outro elemento bate. Tudo ali vai do momento de cada atleta. Eu dou liberdade, desde que todos eles estejam treinados. Eu acho que isso é fundamental que aconteça\"