O técnico Dorival Júnior, do Vasco, não escondeu sua insatisfação com a falta de estrutura do futebol do Rio de Janeiro. O treinador, que tem a missão de recolocar o time cruzmaltino na Série A do Campeonato Brasileiro, disse, em entrevista ao jornal paulista O Estado de S. Paulo, que o melhor centro de treinamento do País é o do Atlético-PR.
\"Em termos de estrutura, não posso esconder não. Não adianta tapar o sol com a peneira. Não tem como. Basta olhar para o lado, e nem precisa se reportar a São Paulo, o centro mais desenvolvido do País no momento. Em Santa Catarina, a maioria dos clubes tem centro de treinamento. No Paraná, o Atlético-PR tem talvez o maior e melhor centro de treinamento do Brasil. As equipes estão se reestruturando\", disse o treinador.
\"O que vejo aqui... Isso aí tem de ser atacado de uma forma mais direta. Queira ou não, faz parte do crescimento. Não podemos mais conviver com jovens atletas das categorias de base subindo no ônibus sem saber para onde vão treinar. Não é uma coisa profissional\", completou.
De acordo com Dorival, para que o futebol carioca volte a \"abastecer\" a Seleção Brasileira de craques (hoje apenas Adriano, do Flamengo é convocado) é preciso se estruturar e assim não vender mais os atletas do País a \"preço de banana\".
\"Seria legal se os clubes conseguissem se estruturar mais, para o crescimento do futebol carioca, que sempre cedeu craques à Seleção Brasileira. Com boa estrutura, não se tem necessidade de vender jogador a preço de banana para quitar dívidas. Faz muita diferença\", afirmou.
Dorival admitiu ainda que teve dificuldades para formar o grupo do Vasco que disputa a Série B por conta da imagem que o futebol carioca tem no Brasil.
\"Muitos jogadores não quiseram vir para cá no início do ano. Tenho de respeitá-los. As notícias correm no mundo do futebol. Atualmente, o Vasco está exibindo uma cara um pouco diferente e muitos (atletas), a partir de agora, começam a ligar, interessados em jogar aqui. É o primeiro sinal de que algo diferente está sendo feito\", disse.