Na gangorra do futebol brasileiro, os clubes do Rio de Janeiro não fogem à regra e terão trabalhos praticamente iniciados do zero na temporada de 2019.
Ao passo que Flamengo e Fluminense começarão o ano com novidades no banco, já que Abel Braga e Fernando Diniz foram anunciados pela dupla, respectivamente, Botafogo e Vasco têm a seu favor o fato de que Zé Ricardo e Alberto Valentim já têm trabalhos mais 'longevos'.
Com trabalho mais consolidado entre todos, o treinador do Botafogo soma quatro meses e meio de trabalho em General Severiano, enquanto o cruz-maltino completa nesta quarta-feira (26) exatos quatro meses de São Januário.
Cada qual com seu desafio, o quarteto tem barreiras importantes a serem superadas no ano. Confira uma análise do que cada um dos comandantes terá de enfrentar à frente de seus clubes.
Botafogo
O nome de Zé Ricardo já é conhecido entre os botafoguenses. Assim como o seu potencial para armar um time competitivo. Após chegar no meio do último Brasileiro, o treinador teve que trocar as rodas com o carro andando. Houve certa oscilação, mas o time se acertou na reta final e escapou com folgas de um possível rebaixamento.
O que se espera do treinador é manutenção do bom trabalho mostrado nos últimos meses. Com base do time mantida a diretoria está confiante que Zé Ricardo é o nome certo para montar novo elenco e manter o nível da exigente torcida do Botafogo.
O treinador, inclusive, tem participado com sugestão da montagem do elenco de 2019. Apesar de ter contrato somente até abril, o treinador não se preocupa com essa situação. O Botafogo está na mesma página. As partes construíram relacionamento baseado na confiança e conversarão sobre o contrato em momento mais oportuno.
Flamengo
Anunciado como o substituto de Dorival Júnior, Abel Braga tem uma missão que vai além das estratégias para colocar o Flamengo no topo: recuperar o 'espírito de vitória' no clube.
Cobrança de boa parte da torcida do Fla, resgatar a tal 'alma' rubro-negra é o grande desafio de Abel, que é famoso por ter bom comando do vestiário e ascendência sobre os jogadores.
Com talento do meio para frente disponível, o comandante terá de fazer do time protagonista, já que há ainda a cobrança por bom futebol no clube. Em seu último trabalho, o treinador conseguiu fazer do Fluminense um time ofensivo e plástico no primeiro semestre de 2017, mas depois teve problemas para prosseguir com a boa performance, já que o Tricolor teve perdas de peças importantes e não teve condições financeiras para fazer a devida reposição.
Fluminense
Nome de consenso da cúpula tricolor, Fernando Diniz chega ao clube tendo à frente o maior desafio de sua carreira. Conhecido pelo estilo arrojado, Diniz encontra um elenco que tem carências e um clube que não tem muito poder de fogo para ir ao mercado.
Caso queira impor seu estilo de posse e toque de bola, o comandante terá de encontrar no elenco e nas divisões de base do Tricolor algumas alternativas, visto que o dinheiro é artigo raro nas Laranjeiras.
Em sua apresentação, Diniz deixou claro que seus métodos são mais complicados de serem implantados, o que demandará paciência da direção e da torcida. Além das dificuldades de montar um time que deve ter perdas relevantes, o técnico terá de conviver com a instabilidade política no clube, que deve ter se processo eleitoral antecipado. Ele disse que já está ciente do ambiente conturbado e seu nome foi aprovado pelas diversas correntes que brigarão pelo poder no clube.
Vasco
Dos quatro clubes do Rio de Janeiro é Alberto Valentim quem tem a situação mais delicada. Isso porque seu nome jamais foi unanimidade na torcida ou na diretoria. Mesmo assim foi mantido no cargo e terá uma difícil missão pela frente: reestruturar o time do Vasco, que sofreu até a rodada final na luta contra o rebaixamento.
O clube quer uma mudança de patamar para que a próxima temporada não seja sequer parecida com a passada. Além de manter os principais destaques do time, como Maxi López, Leandro Castán e Thiago Galhardo, o Vasco trouxe Bruno César para comandar o meio de campo do time.
Outros reforços devem chegar, mas a missão de Valentim é fazer o time se encaixar o mais rápido possível. Como é da sua característica, os jogadores terão que mostrar muito empenho. Vale ressaltar que o treinador defende o título do Carioca, conquistado no Botafogo em 2018.