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Dos 644 conselheiros que participam das eleições, apenas 48 são mulheres

Dos 644 conselheiros que concorrem nas próximas eleições do Vasco, apenas 48 são mulheres, representando 7,4% do total. O número poderia ser menor. O aumento foi puxado pela chapa de Sérgio Frias, que inscreveu 26 mulheres (entre elas, três parentes), num universo de 164 conselheiros (a chapa inscreveu quatro a mais), totalizando 16% de representantes do gênero feminino. Atrás em representatividade feminina no conselho ficaram as chapas de Jorge Salgado, Leven Siano e Júlio Brant, com seis mulheres inscritas (3,7%) O menor índice de representação feminina é a candidatura do atual presidente, Alexandre Campello, com apenas 4 conselheiras (2,5%), dentre 160 inscritos.

Campello, no entanto, é o único que tem uma mulher como vice-presidente, Sônia Andrade. Ela concorre como 2ª vice-presidente e já faz parte da atual gestão com mesmo posto.

"Entende-se que a representatividade feminina acontece não só pelo número de mulheres, mas principalmente pelo destaque que elas têm. Desde 2018, temos a pessoa da Sra. Sônia Andrade como 2ª Vice-Presidente da Diretoria Administrativa. Um cargo eletivo e com poder real. Infelizmente os demais grupos não entenderam este sinal como uma abertura para as mulheres no poder do Club de Regatas Vasco da Gama e mantém em seus quadros apenas homens", respondeu em nota, a assessoria da campanha de Campello.

 

Dentre as mulheres inscritas pela chapa de Sérgio Frias estão três parentes, a mãe, Maria Helena Frias, de 81 anos, a irmã, Cláudia Helena Frias, 47 anos, e a esposa, Fernanda de Oliveira Frias, de 45 anos. Segundo ele, o processo de escolha que possibilitou mais mulheres em sua chapa foi natural.

"Participa da chapa e vota nela quem se aproxima da nossa concepção de Vasco. Uma vez a pessoa integrada, seja de per si ou por terceiros de nossa confiança, faz parte do nosso coletivo. Nossa premissa é confiar e não desconfiar. Isso inibe pré-conceitos que contenham qualquer vício de avaliação", disse Sérgio Frias.

Em setembro, o blog publicou um levantamento feito junto aos candidatos à presidência do Vasco sobre como as suas gestões tratariam as pautas de inclusão de vascaínos negros, mulheres e da comunidade LGBT+. A candidatura de Leven Siano disse que, entre outros projetos, pretendia ter entre 30% e 50% de negros e mulheres em sua chapa, o que daria um mínimo de 48 pessoas. As proposta dele, assim como a de Jorge Salgado, que pretendia ter 35 mulheres na composição, ficaram aquém do previsto.

"Nossa preocupação e interesse era ter mais representatividade mas não aceitamos como em outras chapas mulheres que embora sócias mas apenas por serem esposas de outros sócios. Acreditamos que essa condição não as legitimariam porque além de ser mulher queríamos pessoas engajadas no processo político e conhecendo bem o projeto somamos. Infelizmente a escassez da representatividade feminina no clube não tornou possível termos mais como queríamos, mas temos mulheres entre nossas Vice-Presidentes e entre nossas executivas", disse Leven Siano.

A candidatura de Salgado disse que é um "desafio atrair mulheres para a política do clube" e citou as regras atuais de elegibilidade como pontos que dificultaram atingir o número desejado:

"O padrão atual das reuniões do Conselho, temos que reconhecer, não é dos mais convidativos. Soma-se isso à dificuldade de ter mulheres envolvidas na política do Vasco com as regras para elegibilidade. Ou seja, ter cinco anos de vida associativa ininterruptos, que é o que você precisa para ser elegível e participar de uma chapa. A gente tinha poucas mulheres no grupo, apesar de ter uma quantidade muito maior do que seis na Mais Vasco colaborando com a construção de nossas propostas, com essas condições de serem elegíveis", disse Jorge Salgado.

Já a chapa de Júlio Brant, que não chegou a fazer projeção de número mínimo de mulheres em sua chapa, respondeu ao blog que "o grupo é formado por 23 mulheres, tendo a participação ativa com voto de 21 delas. Todas as elegíveis foram inscritas na chapa".

A baixa representatividade reflete o que ocorre nos conselhos deliberativos de todo o país. De acordo com levantamento feito pelo Globo Esporte nos 20 clubes da série A, atualmente, num universo de 6887 conselheiros, apenas 3,6% são mulheres.

Fonte: ge
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