A vantagem na final do Carioca fica em espera para domingo. A realidade desta quarta-feira para o Vasco, contra o Cruzeiro, é dar o máximo em uma disputa fundamental para as pretensões cruz-maltinas na Libertadores. Como o dever de casa na primeira rodada do Grupo 5, contra a Universidad de Chile, não foi feito, a necessidade é deixar a derrota na estreia no passado e aproveitar o espírito batalhador do Estadual para buscar a vitória fora de casa. A bola rola no Mineirão a partir das 21h45.
A pressão virá das arquibancadas (onde, até esta terça-feira, mais de 36 mil já tinham garantido assento), mas não só para o time visitante. O Cruzeiro também perdeu na estreia na competição internacional - 4 a 2 para o Racing, na Argentina - e também precisa reagir logo. Para completar, a Raposa ainda levou um 3 a 1 do maior rival, o Atlético-MG, no primeiro jogo da final do Mineiro.
Quem conhece esse clima é o meia Wagner. Aos 33 anos, ele leva no currículo o fato de ter estourado no Cruzeiro (a base foi no América-MG) e chegado ao vice-campeonato de Libertadores pelo clube mineiro, em 2009.
- Por ter vivido e jogado lá durante cinco anos, posso dizer que a derrota para o Atlético abalou e causou desconfiança no torcedor, mas não será algo determinante para esse jogo de amanhã. Os profissionais e jogadores que estão lá possuem uma capacidade absurda - disse o meia vascaíno.
A relação clubística não é o único elo. Para completar, há o ingrediente familiar na relação entre Wagner e Cruzeiro.
- O Mineirão foi minha primeira casa. Já fui campeão, tive jogos marcantes, foi onde marquei meu primeiro gol na carreira. Entrei campeão com meu primeiro filho, levei minha avó cruzeirense. Já começaram a chegar as mensagens da minha família, que é de cruzeirenses. Disseram que vão torcer pelo Cruzeiro, mas para eu fazer gol. É brincadeira, né - revelou.
Ainda que vencer seja o objetivo principal, o Vasco de Wagner não vai se frustrar se voltar ao Rio com um empate.
- Vamos para lá inteiros e confiantes. Queremos retornar de lá com os três pontos, mas se não for possível vencer, o importante é pontuar. Posso garantir é que vamos brigar pela vitória até o final - disse ele.
Wagner tem um dos maiores salários do Vasco, é um dos mais experientes da equipe e referência técnica no meio-campo. Mas o auge da capacidade física nitidamente já ficou para trás. O tempo é cruel (ele tem 33 anos). Nem por isso Wagner deixa de ser importante, ainda que tenha sido substituído ou vindo do banco nos últimos seis jogos que esteve em ação.
A última partida completa foi contra o Boavista, há exatamente um mês, quando fez um gol. Para o time de Zé Ricardo, é valioso contar não só com os gols de Yago Pikachu ou o talento de Paulinho, que voltará a ser titular diante da lesão de Giovanni Augusto (estiramento na coxa esquerda, com prazo de recuperação de duas semanas).
Não é só Wagner que conhece o clima no adversário neste duelo brasileiro pela Libertadores. Vários nomes nas prováveis escalações para o jogo desta quarta-feira já atuaram no lado oposto. O Vasco tem, por exemplo, Paulão , Rafael Galhardo, Riascos e Fabrício. Na Raposa, a lista conta com Fábio e Dedé.
Os cruzeirenses tiveram dias complicados por terem sido batidos pelos atleticanos. Nesta terça-feira, um grupo de torcedores parou alguns jogadores na entrada da Toca da Raposa para demonstrar apoio e, ao mesmo tempo, cobrar bom desempenho.
- Sabemos o que fizemos de bom e de ruim no fim de semana e sabemos que todos têm que se juntar para encarar esse jogo de quarta, muito importante por ser nossa estreia em casa - analisou o meia Mancuello, que até ano passado era comandado por Zé Ricardo no Flamengo.
CRUZEIRO X VASCO
Cruzeiro: Fábio, Lucas Romero, Dedé, Murilo e Egídio; Henrique, Ariel Cabral, Robinho, Thiago Neves e Mancuello; Raniel (Sassá).
Vasco: Martín Silva, Rafael Galhardo, Paulão, Erazo e Fabrício; Desábato, Wellington, Yago Pikachu, Wagner e Paulinho; Riascos.
Juiz: Raphael Claus (Fifa-SP).
Local: Mineirão, em Belo Horizonte.
Horário: 21h45m.
Transmissão: Rede Globo, SporTV e Rádio Globo/CBN.