Eder Luis fala sobre Vasco, Ricardo Gomes, Dinamite e permanência

Como um autêntico mineirinho, Eder Luis é de poucas palavras e, desde que chegou ao Vasco, conquistou seu espaço comendo pelas beiradas.

Mas, ontem, em visita à redação do LANCE!, ele deixou a timidez de lado e, entre um pão de queijo e outro, falou sobre gol heroico do título da Copa do Brasil, da adaptação ao Rio, da política no clube e revelou que teve medo de ser vetado do segundo jogo da final. Ele ainda garantiu que está faminto por mais conquistas pelo Vasco.

Rodrigo Ciantar: Você fez o gol que deu o título da Copa do Brasil ao Vasco. Já conseguiu parar para pensar que seu nome já está marcado no clube?

A ficha vai caindo aos poucos, vejo isso mais no dia a dia. O Juninho mesmo fez o gol contra o River Plate e ninguém esqueceu. Fica marcado para as pessoas, todo mundo lembra. Eu até penso comigo mesmo: poxa, como sou importante para essas pessoas.

Luiz Guilherme Freitas: E como foi a festa que a torcida fez aqui no Rio para recepcioná-los?

nha ouvido tanto “te amo”. Daqueles lá do fundo do coração mesmo (risos). Fizemos algo que marcará a vida deles. Fico muito FA L A MOS COM feliz e pode ter certeza de que estou amando muito o Vasco.

RC: No segundo jogo contra o Avaí, você sentiu um problema na coxa esquerda. Ficou com medo de ficar fora da final?

Na hora doeu muito, eu não conseguia andar. Fiquei chateado quando o médico me deu a notícia do primeiro jogo, que eu ficaria fora. No momento de decisão o jogador não está nem aí, se vai estourar ou não o músculo. Se fosse um jogo só, eu ia. Mas conversa vai, conversa vem, vimos que o importante mesmo era o segundo jogo.

RC: Mas você não ficou com receio de ficar fora do segundo jogo da final também?

Lógico que fiquei com medo. O médico já havia falado que para o segundo jogo eu estava liberado, mas tinha um risco ainda. Quando eu fazia fortalecimento na coxa, sentia dolorido. Até no vestiário, em Curitiba, ficava com um pouco de receio. Mas quando entro em campo, vou lhe falar um negócio: não penso em mais nada. No primeiro lance já dei um pique. O lateral-esquerdo deles me avisou que nem tinha aquecido e eu falei: vamos que hoje tem.

LGF: Mesmo com esse título, o Eder Luis está com fome de mais conquistas?

Eu e todos do Vasco. Ainda mais depois de sentir esse gosto. Não adianta ser o melhor e não levantar uma taça. Estamos com fome de mais conquistas.

LGF: O Vasco em uma fase decisiva e as eleições fervendo no clube. Isso atrapalha os jogadores?

Atrapalha. Mas temos de ficar focados. Os torcedores também. Tem de saber diferenciar. Eleição é eleição. Eles precisam torcer agora, não por quem vai dirigir futuramente. O Dinamite está fazendo um bom papel. Se tiver oportunidade de continuar, vai ser bom. Ele faz de tudo pelo clube, deixa os salários em dia.

GF: Agora tem Brasileiro e, depois, Libertadores. Acha que o time precisa de reforços?

No meu modo de ver, o Ricardo Gomes está muito feliz com o que tem nas mãos. Se precisar, vai ser pouca coisa. Temos um time forte, com condições de brigar pelo Campeonato Brasileiro e pela Libertadores também

RC: Você já virou ídolo da torcida. O Vasco fez bonequinhos do Carlos Alberto, do Prass, do Juninho...Não falta o seu?

Não sei... Mas acho que eles iriam destacar mais o dente (risos). Se fizerem um dia, meu filhos iriam adorar. Seria legal.

RC: Você parece estar bem adaptado ao Rio. O que costuma fazer quando está de folga?

Minha família está muito adaptada. Na folga, fico com eles. Gosto de ir à praia também. Agora nem tanto, por causa do tempo, mas gosto muito de praia. Sou mineiro, mas sei nadar, uai (risos). Gosto de pegar uma onda.

RC: Mas sente falta de Minas? Por exemplo, o pão de queijo, que você tanto comeu na redação do LANCE!, é igual ao de lá?

Bom, o pão de queijo de Minas não tem comparação. Mas depois desse título, o do Rio está descendo bem mais leve (risos).

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)