Para vestir as camisas de Flamengo e Vasco é preciso algo mais. Luizão e Edílson, candidatos potenciais a herói da decisão da Copa do Brasil, têm conhecimento de causa. Atual comandante do setor ofensivo rubro-negro, Luizão já esteve do outro lado, assim como o Capetinha, fera do ataque vascaíno, já brindou a torcida rival com suas diabruras. Dois ídolos que proporcionam uma certeza ao torcedor às vésperas da decisão: gols não faltarão.
A maior esperança de gols do Flamengo na decisão já vestiu a camisa vascaína. E com sucesso: Luizão foi campeão estadual e da Copa Libertadores em 1998. Na decisão do torneio continental, inclusive, deixou sua marca na dois jogos decisivos da competição, contra o Barcelona de Guayaquil (Equador), ambos vencidos por 2 a 1 pelo time de São Januário.
Edílson, por sua vez, também foi decisivo quando atuou pelo Flamengo. Na histórica decisão do Campeonato Carioca de 2001, que deu ao clube da Gávea o quarto tricampeonato estadual de sua história, todos lembram do gol de falta de Petkovic no fim da partida. Mas é preciso lembrar que os dois primeiros gols rubro-negros da vitória por 3 a 1 foram marcados pelo Capetinha (o primeiro de cabeça, o segundo, cobrando pênalti).
Ontem, na Gávea, Luizão mandou um recado para Edílson, seu amigo de longa data e companheiro de ataque no Guarani e no Corinthians, clube pelo qual conquistaram o Mundial de Clubes da Fifa, em 2000: \"Boa sorte para o Edílson, mas que eu vença a Copa do Brasil, que é o único título que me falta. Estamos sempre encontrado os amigos no futebol. Eu e o Edílson sempre nos demos bem e sabemos do sofrimento que passamos para chegar até aqui\", disse o camisa 111 da Gávea, que aproveitou para fazer um apelo contra a violência fora de campo: \"Tomara que essa paz que existe entre nós passe para o torcedor na arquibancada.\"
Para o Capetinha, o amigo é como se fosse um irmão, já que existe uma grande afinidade ambos. \"Tenho tanta intimidade com ele que chamo o Luizão de \"sapo\". Esse apelido carinhoso veio da época em que moramos juntos, quando jogávamos no Guarani. Tenho muita consideração por ele\", disse Edílson.
No entanto, na hora da decisão, a amizade fica um pouco de lado e o profissional ganha mais peso, já que se trata de um título. \"Admiro muito o futebol dele e estou muito feliz por ele estar bem. Mas espero que ele não se saia tão bem nos jogos da final da Copa do Brasil, para que eu possa ganhar em cima dele\", brincou Edílson.