O sorriso, o bom humor e o otimismo de Edmílson estão intactos após as férias. Porém, após a reapresentação do elenco e do primeiro dia de treinos físicos, em Pinheiral, no sul-fluminense, o artilheiro do Vasco na temporada, com 12 gols, não se furtou de lembrar seu breve jejum, encerrado na vitória sobre o Boa Esporte, há duas semanas. E se mostrou incomodado com o que ouviu no período de quatro partidas sobre seu rendimento e sobre o time e rebateu.
- Fiquei 42 dias parado, treinei uma semana só com bola antes de voltar. A força de vontade era grande, mas o ritmo de jogo foi difícil. Perde um pouco do raciocínio rápido, a arrancada fica mais lenta. Não estou acostumado. Infelizmente, quem está de fora não quer saber disso. Qualquer um na mesma situação vai ter que readquirir esse ritmo. A gente escuta muita m... de fora, tem que conviver com isso e entender - afirmou.
Antes, o camisa 7 havia tido uma sequência de 25 jogos sem ser sacado da equipe ou ficar ausente por lesão e suspensão, entre novembro de 2013 e março de 2014. Aos 31 anos, provou que está com fôlego e forma física em dia. Mas um problema muscular na coxa esquerda o tirou da final do Campeonato Carioca e do começo da Série B, devido ao excesso de desgaste. Quando retornou, não engrenou e viu de perto o mau futebol do Vasco nos empates que afastaram o clube do G-4. Além dele, outros desfalques quebraram a espinha dorsal montada, como Rodrigo, Guiñazu e Pedro Ken.
A experiência e a confiança recebida do grupo e do técnico Adilson Batista são os maiores aliados no momento. Edmílson ainda sonha com a artilharia da competição nacional, assim como garantiu no estadual.
- Todo mundo tem que conviver com crítica em qualquer área. Quando é crítica agredindo e falando o que não deve, é ruim. Algumas foram mais construtivas e temos que aceitar. Vou fazer 32 anos e sei como é. Quem não quiser essa pressão, vai para casa dormir. Fico triste pelo fato de saber que o time estava bem, de repente perdeu sete jogadores e as pessoas não verem por esse lado. Perde o entrosamento, atrapalha muito. Se a gente ganha, não fez mais do que a obrigação. Se perde, já falam mal logo - lamentou.
Para que o Vasco volte ao seu nível, o atacante comemorou a paralisação do calendário. E diz que tem certeza de que a melhora será notória a partir do próximo compromisso, dia 15 de julho, contra o Santa Cruz.
- Foi boa essa parada aí. Voltou todo mundo, só o Biteco (com estiramento na coxa) é que está fora. Vai ser proveitoso para curtir um pouco a Copa também. Queríamos estar nos jogos, mas o trabalho fala mais alto nessa hora. O Vasco vai voltar com tudo, bem diferente, até porque começar a competição com sete a menos é ruim. Estamos vendo onde erramos e vamos estar mais preparados no dia 15 de julho.