Edmundo acertou sua volta ao Vasco. O jogador se apresenta oficialmente na sede do clube às 16 horas. O contrato tem duração de um ano com possibilidade de renovação por mais um. O jogador disputou o último Brasileiro pelo Palmeiras, onde acabou não renovando seu vínculo. Após mais de um mês de negociação, e com a derrota para o Madureira na estréia do Estadual por 2 a 1, nada como uma contratação de impacto para devolver a confiança ao time e à torcida. Na tarde desta segunda-feira, O Vasco apresenta o atacante Edmundo em São Januário. Esta é a quinta passagem do craque pelo clube.
Desde o começo de sua carreira profissional, em 1992, o atacante mostrava o seu talento com a camisa cruzmaltina, sendo campeão carioca invicto logo de cara, num ano em que o Estadual foi disputado sem o Maracanã, que esteva fechado para reformas.
Somando o seu desempenho no Estadual e no Brasileirão daquele ano, Edumundo marcou 8 gols em 24 jogos, uma média de 0,33. Apesar da média ser aparentemente baixa, vale lembrar que o atacante ainda não era o artilheiro que viria a ser depois, e os grandes craques do time, neste ano, eram Bebeto, Bismarck e o veterano Roberto Dinamite, no último ano de sua carreira.
Depois de uma passagem vitoriosa pelo Palmeiras, onde ganhou o apelido de Animal, dois títulos brasileiros e dois paulistas, e outras nem tanto por Flamengo e Corinthians, Edmundo voltou ao Vasco em 1996 para chegar ao auge de sua carreira no ano seguinte.
Em 1997, Edmundo fez nove gols e levou o Vasco à final do Estadual, quando perdeu o título para o Botafogo. E teve o seu grande momento no Brasileiro, quando foi campeão e quebrou o recorde da artilharia da competição, com 29 gols, que já durava 20 anos e pertencia a Reinaldo, do Atlético-MG, com 28 gols.
Outro recorde quebrado por Edmundo: o de maior número de gols em uma só partida do torneio, seis, na goleada de 6 a 0 sobre o União São João, em uma noite de gala em São Januário. O recorde poderia ter sido ainda maior se ele não tivesse perdido um pênalti.
Mas a atuação que marcou definitivamente o nome do atacante no coração da torcida vascaína foi a da fase semifinal, quando Edmundo fez três gols e comandou o time na goleada de 4 a 1 sobre o Flamengo, que classificou o Vasco para a final e eliminou o seu maior rival do campeonato. A média de gols nesta passagem é de 0,88 por jogo, praticamente um por partida.
Tantos gols e boas atuações o levaram a ser comprado pela Fiorentina-ITA, onde jogou entre 1998 e 1999. Infeliz no clube italiano e louco para voltar ao Brasil, Edmundo protagonizou uma longa negociação que se arrastou por alguns meses até retornar para a sua terceira passagem pelo Vasco, em 1999.
Apesar de ter tido uma média de gols até melhor do que na passagem anterior, com 1,07 gols por jogo (29 tentos em 27 partidas), dessa vez Edmundo não conquistou nenhum título pelo Vasco. Essa época foi mais marcada pela troca de farpas entre ele, seu companheiro de ataque Romário, e o então vice-presidente do clube, Eurico Miranda.
Ainda assim, o Gigante da Colina chegou à final do 1º Mundial de Clubes da FIFA, disputado em janeiro de 2000 no Rio de Janeiro. Antes ele havia tido uma atuação antológica contra o Manchester United, na qual o Vasco derrotou o time inglês por 3 a 1. Porém, na final contra o Corinthians, talvez o Animal tenha tido o seu pior momento com a camisa do Vasco, quando perdeu o pênalti que deu o título aos paulistas.
Após duas temporadas no futebol japonês, Edmundo retornou em 2003 para a quarta passagem pelo Vasco, certamente a menos brilhante até agora, quando esteve às voltas com contusões e marcou apenas 7 gols em 19 jogos, uma média de 0,36 por partida. Irritado com o elenco, considerado fraco por ele, e com os constantes atrasos no salário, Edmundo saiu pela porta dos fundos e foi para o Fluminense, onde não teve sucesso.
Depois de disputar bons Campeonatos Brasileiros pelo Figueirense, em 2005, e pelo Palmeiras, em 2006 e 2007, o agora veterano Edmundo, perto de completar 37 anos, vai colocar toda a sua experiência novamente a serviço do Vasco, e deve encerrar a carreira pelo clube onde começou a jogar.
Além disso, costurou um lucrativo acordo com a diretoria do clube, segundo o qual ele deve receber cerca de R$ 7 milhões, em parcelas mensais a serem pagas em até dez anos, referentes aos salários atrasados acumulados nas passagens anteriores.