Maior ídolo do Palmeiras nos últimos 15 anos ao lado do goleiro Marcos, Edmundo sabe da sua importância no Palestra Itália. E, embora reconheça que está perto de se aposentar, busca força, justamente, no passado alviverde para se recuperar de uma fratura na fíbula da perna direita. Em entrevista exclusiva ao GLOBOESPORTE.COM, na Praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, o Animal revela que seu maior sonho é parar após a conquista de algum título.
- Ganhar um estadual pelo Palmeiras seria fantástico para eu reviver muitas coisas maravilhosas. Não importa o título, pode ser até em um torneio interno no clube - brinca Edmundo, que, diferentemente de Romário, não quer saber de jogo festivo com a camisa da seleção brasileira.
Você está fazendo as contas para voltar a jogar?
Se fosse contusão em algum músculo, poderia dizer que voltava mais rápido do que o previsto. É só dar uma injeção aqui, fazer um tratamento inovador ali. Mas fratura no osso não tem jeito. Tenho que esperá-lo se recuperar. Tomara que seja no máximo em seis semanas. Assim volto a treinar em outubro. E, em novembro, jogo umas quatro partidas do Campeonato Brasileiro, já que a seleção brasileira atuará pelas eliminatórias e o ritmo da competição vai diminuir.
Você pretende renovar contrato com o Palmeiras para o ano que vem?
Não depende só da minha vontade. Tenho compromisso com o clube até o fim do ano. É o Palmeiras quem decide. Após cada partida penso de uma forma: quando vamos bem, quero continuar. Mas, na hora que as coisas não funcionam, acho que devo parar. A vantagem de renovar contrato antes das férias é que nós evitamos as especulações.
O Palmeiras é outro time sem a sua presença e a do Valdívia?
O Valdívia é um grande talento. Já eu não tenho mais a força e a arrancada de antes. Só que, atualmente, atuo com mais inteligência. E isto, é plasticamente mais bonito. Daí as pessoas associarem a uma dependência do Palmeiras em relação a nós dois. Mas nós temos um grupo forte. O que está faltando é os garotos se soltarem. Quando isso acontecer, o time vai deslanchar.
Que tal fazer o tratamento no Rio de Janeiro, ao lado da família?
Não sei se é possível (risos). Apesar de não haver um tratamento específico, tenho compromisso com o Palmeiras. Pretendo ir regularmente ao clube. Mas, lógico, nos fins de semana volto ao Rio para ver meus filhos e curtir uma praia. Enquanto não puder jogar, preciso dar um apoio moral aos meus companheiros.
Mas você vai viajar em alguns jogos com o time? Participar das preleções junto com o Caio Júnior?
Infelizmente, na concentração não tenho o que ajudar. Cada jogador fica no seu quarto, dormindo o tempo todo. Durante a semana é que faço questão de chegar junto. Quer dizer, conversar com os mais novos e até tentar detectar algum problema no grupo. Na preleção, a gente não pode falar nada. O Caio Júnior é o único que dá explicações técnicas e táticas.
Assim como o Romário, você sonha com um jogo de despedida pela seleção brasileira?
Não tem essa de fazer um jogo de despedida com a camisa da seleção. Pelo contrário, sou muito bem resolvido. Tudo é um ciclo. Cada um tem a sua hora, seu momento. Tenho discernimento suficiente para saber que a minha hora está chegando. Mas não fico com esse saudosismo.
E o Vasco? O encanto acabou ou um dia você vai voltar?
A principio não (volto ao clube). Mas vamos ver. A gente não pode dizer nunca nem jamais. No momento, quero encerrar a carreira no Palmeiras