Mesmo tendo uma vida pública ativa e bastante agitada, o ex-prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes sempre acha tempo para falar sobre uma de suas maiores paixões da vida: o Vasco. Vale ressaltar que ele nunca escondeu esse amor pelo Cruzmaltino e sempre fez questão de enaltecer o clube como podia, nos bons e nos piores momentos.
Em meio a pandemia, o Papo na Colina entrou em contato com o político para saber se ele gostaria de dar uma entrevista ao portal para falar de Vasco. Na mesma hora, o ex-prefeito respondeu que sim e que seria o maior prazer conversar sobre essa sua paixão. No papo que tivemos, ele não foge de nenhuma das pergunta e responde tudo sem titubear.
Comenta sobre diversos assuntos: atual momento do clube, o que precisa ser feito para melhorar, lembra de situações marcantes com o Cruzmaltino e, ainda responde, se um dia tem interesse de ser o presidente do Vasco. Além disso, fala sobre muitas outras coisas!
Bate-Bola
Fabio Torres: Como começou o amor pelo Vasco?
Eduardo Paes: Essa questão de paixão por um clube de futebol é muito doido como começa, mas meu pai é vascaíno e me lembro dele me levando aos jogos no Maracanã, quando eu era moleque. Minha família toda é tricolor, primos, até meu irmão é tricolor, mãe, tios, só eu meu pai que somos vascaínos. Foi daí que surgiu o amor.
Fabio Torres: Qual o momento com o Vasco que você remete a uma memória afetiva da infância ou adolescência?
Eduardo Paes: Foi o campeonato carioca de 1982. Eu tinha 12 anos. O Flamengo tinha aquele time campeão mundial e o América-RJ também era enorme. Foi um triangular super disputado e o Vasco ganhou o último jogo de 1 x 0 do Flamemgo e se sagrou campeão daquela competição.
Fabio Torres: Alguma história diferente que você passou com o Vasco? Qual?
Eduardo Paes: Quando Prefeito, tive a oportunidade de reformar a casa que o Vasco foi fundado em 21 de agosto de 1898 na Rua da Saúde, n.º 293 (atual rua Sacadura Cabral, n.º 345). Na oportunidade, foram vários ídolos e ainda fizemos uma exposição de fotos linda.
Fabio Torres: Qual o seu maior ídolo? Por que?
Eduardo Paes: Roberto Dinamite. Além de todos os títulos, ele foi o maior artilheiro de campeonatos brasileiros (190 gols) de cariocas e de clássicos. Era um craque.
Fabio Torres: Tendo sua experiência como gestor, o que acredita que o Vasco precisa fazer para voltar aos bons tempos? O clube é recuperável?
Eduardo Paes: O clube vive uma situação muito complicada há um bom tempo. Uma gestão mais profissional ajudaria muito. O Vasco tem a quinta maior torcida do Brasil e isso é pouco explorado.
Fabio Torres: Qual o maior erro do Vasco para estar nesta situação atual?
Eduardo Paes: Como eu disse anteriormente. A gestão é colaborativa. Tem que se profissionalizar. E o sistema eleitoral é confuso. Remete a muitas brigas internas. O Vasco tem que reformar São Januário para criar mais receitas permanentes e voltar a ter credibilidade com as grandes marcas patrocinadores e, assim, explorar melhor os patrocínios.
Fabio Torres: Você tinha/tem algum projeto para o Vasco?
Eduardo Paes: Quando eu era Prefeito, tive a oportunidade de sugerir uma reforma estrutural enorme para São Januário, por conta dos Jogos Olímpicos. A ideia era abrigar os jogos de Rugby no estádio e ele teria seu entorno todo reformulado, sem falar na modernização parcial do estádio. O clube não conseguiu cumprir alguns pré-requisitos e infelizmente a coisa não andou.
Fabio Torres: Você tem alguma vontade ou sonho, mesmo que de forma mínima, de ser presidente do Vasco algum dia?
Eduardo Paes: Não. Minha vida é na vida pública. O Vasco é uma paixão enorme. Prefiro ajudar de outras formas e poder ir aos jogos sem ser xingado nas arquibancadas (risos).