O Vasco terminou o jogo contra o Boavista, na última quinta-feira, com nove atletas formados no clube dentro de campo. A vitória por 2 a 0, comandada por William Batista, técnico do sub-20, foi acompanhada de longe pela comissão técnica de Ramón Díaz, que viu a chance de rodar o elenco e dar minutagem à base.
O goleiro Halls, o lateral-direito Paulinho, os zagueiros Victão e Zé Vitor, o lateral-esquerdo Leandrinho, os meias Lucas Eduardo e Estrella e os atacantes Léo Jacó e Paixão estavam em campo quando o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães apitou o fim da partida.
Ao longo do jogo, o Vasco usou também o zagueiro Miranda e os meio-campistas Rodrigo e Barros. Ao todo, 12 crias do clube atuaram na estreia do Campeonato Carioca. Obviamente, isso aconteceu porque o time titular estava em pré-temporada no Uruguai, onde venceu o San Lorenzo em amistoso também na noite de quinta-feira.
Mas o planejamento do departamento de futebol já previa dar espaço aos reservas e aos garotos nos primeiros jogos da temporada. Em São Januário, o diretor Alexandre Mattos acompanhou o desempenho do time junto com o gerente da base, Rodrigo Dias. O CEO Lúcio Barbosa também esteve em São Januário. De longe, Ramón e Emiliano Díaz trocaram informações com William Batista.
Sinal de um trabalho coletivo e integrado que o Vasco tem implementado no futebol. Jogos de alto rendimento, como o da última quinta-feira, são importantes para o desenvolvimento dos meninos. Alguns deles estão sendo observados e podem pintar no profissional em 2024, tudo respeitando os processos e o tempo de cada um. Faz parte do trabalho a preparação mental e o suporte aos jovens, como destacou o treinador William Batista após o jogo.
- Vi alguns clubes em que alguns torcedores, em redes sociais, queriam decretar o fim da carreira de alguns jovens. São pessoas aproveitadoras, destruidoras de sonhos. A gente pega o caso do Lucas Eduardo, do Leandrinho, de tantos outros garotos que nasceram em comunidades, que guerrearam para chegar e ter oportunidade. Às vezes o cara não está rico ainda, não é milionário, não é pessoa que conquistou grandes sonhos. Ele traz junto o sonho do pai, da mãe, da avó... E aí por circunstâncias de um resultado decretam o fim do sonho de um garoto de 18 anos. Nosso papel é ser contra isso.
Além dos jovens que enfrentaram o Boavista, há também crias do clube no elenco que disputa a pré-temporada no Uruguai. Garotos selecionados por Ramón Díaz para participarem do dia a dia do profissional. Os goleiros Allan e Pablo, o lateral-esquerdo Julião, o meia JP e o atacante Rayan saíram da base para viver a experiência. Já os goleiros Halls e Alexander e o atacante Erick Marcus, também formados no Vasco, estão há mais tempo no time de cima.
Nos últimos anos, por necessidade, o Vasco acelerou processos e puxou garotos para o profissional. Muitos foram "queimados" e não conseguiram repetir o sucesso da base. Agora, com mais investimento, o clube tem cautela na transição e não enxerga os jovens como solução dos problemas.
Exemplo claro é o de Rayan, que estreou pelo time principal no ano passado, mas depois não foi mais utilizado por Ramón Díaz na reta final do Brasileirão, com o Vasco pressionado para não cair. Esse ano, o atacante, que faz pré-temporada no Uruguai, tende a ser mais utilizado. A comissão acredita que o contato com Pablo Vegetti e outros atletas mais experientes poderá ser importante para o amadurecimento do garoto de apenas 17 anos.