Futebol

Em entrevista, Edmilson abre o jogo e considera o Vasco desafio

O atacante Edmilson, apresentado nesta terça-feira, chegou ao Vasco com um discurso otimista para a torcida cruzmaltina. Em entrevista, o jogador abriu o jogo sobre sua decisão de voltar a atuar no Brasil e, experiente, garantiu que chegar no momento conturbado que o clube vive não assusta. “Eu aceitei esse desafio”, explicou, prometendo dias melhores em São Januário.

A contratação do técnico Paulo Autuori, no fim do mês de março, foi determinante para a transferência do atacante, que contou ter vontade de voltar ao Brasil há pelo menos dois anos – Edmilson morava com a família no Catar, mas a rotina de viagens não agradava a filha do jogador. Natural da Bahia, o atleta passará a viver no Rio de Janeiro, onde se diz motivado para jogar e firmar sua imagem no país.

A estreia do jogador está prevista para o início do Campeonato Brasileiro, em maio. O título do torneio, desde já, é uma meta para Edmilson, que exaltou o Vasco e projetou até ser lembrado por Luiz Felipe Scolari. “Se jogar bem, vai estar nos olhos do mundo, até a seleção brasileira vai ver”, afirmou.

Como se deu a decisão de voltar ao Brasil após tantos anos no futebol internacional?

Edmilson: Eu estava com essa pensamento há um ou dois anos atrás, de voltar para o Brasil. Minha filha mais velha não quer mais andar de avião, tem saudade do Brasil, quando vem de férias ela não quer voltar. E isso pesou, chega uma hora que a gente tem que pensar na família, e, em conversa com a minha esposa, decidimos voltar.

E por que o Vasco?

O Paulo (Autuori) eu nunca trabalhei junto, mas joguei contra desde 2005, no Japão, tentou me levar para o Catar em 2007, e é um cara que dispensa comentários. Foi a principal contratação de técnico no Brasil, é um dos melhores treinadores que tem, e isso foi fundamental para eu voltar ao Brasil e vir para o Vasco. Não tem como falar não para um time como o Vasco. Tem pessoas sérias por trás, o René (Simões), o Roberto (Dinamite), o Paulo (Autuori). Então eu estou muito feliz por tudo o que está acontecendo na minha vida hoje, por ter voltado. Acho que foi o momento certo. Minha família está feliz, eu estou feliz, graças a Deus, agora é trabalhar, dar alegria para esse time que está merecendo, né.

Você se considera corajoso por chegar ao clube neste momento contubardo?

Não corajoso, mas o René foi muito claro comigo da situação, e eu aceitei esse desafio. Seria cômodo ficar no Catar, não tem torcida, não tem nada, não é muito profissional o futebol, aí a gente fica lá, mas eu resolvi ter esse desafio. Pressão todo lugar vai ter no Brasil, isso sem dúvidas, e eu estava precisando disso: motivação, desafio, mostrar por que eu voltei, por que eu estou aqui. Mostrar até pra mim mesmo que a motivação que eu estava precisando, estou tendo hoje. Completando, pra mim foi uma excelente opção, porque o Vasco está me dando condições de trabalho – lógico, tudo o que está acontecendo aí é ruim, mas é um desafio para mim, é a motivação. Eu vim focado em jogar futebol, então acredito que os diretores vão fazer o melhor para tentar reverter essa situação. Eles falaram e eu acredito nisso. Palavra para mim é tudo, e é por isso que eu estou aqui hoje. Estou confiante.

O que o Vasco precisa para deixar a crise?

Hoje o olho do mundo é o Brasil e vou te falar: trabalho, dedicação, deixar pessoas sérias resolverem esse problema. Um dia vai ter que resolver e espero que não demore muito. O Vasco é um clube grande e precisa voltar para aquela realidade que tudo mundo vai respeitar, uma equipe que briga por títulos. Tenho certeza que uma hora vai ter que parar isso, e o jogador também tem que saber trabalhar bem, a cabeça tem que estar boa, focada, porque querendo ou não é o Vasco da Gama. Se jogar bem, vai estar nos olhos do mundo, até a seleção brasileira vai ver.

Como estão suas condições físicas? Vai estar pronto para a estreia do Brasileiro?

Estava treinando há três meses, desde janeiro, então estou bem fisicamente, não tenho problema de nada, mas tenho que fazer a readaptação para o futebol brasileiro. O futebol hoje mudou muito aqui. Dificuldade no ritmo de jogo eu vou sentir, mas vou estar pronto para a estreia com certeza. Acredito na minha raça, na minha vontade dentro do time para superar tudo e ajudar o Vasco na vitória do Campeonato Brasileiro.

Fonte: O Dia
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