Cada lance de categoria de Guarín em treinos ou nos poucos minutos jogados que ele soma pelo Vasco levam a torcida à loucura. O colombiano, que tem boas chances de ser titular pela primeira vez neste sábado, contra o Ceará, é a esperança de que mais um repatriado com passagem de destaque pelo futebol europeu eleve o nível do futebol jogado pelo time.
Desde 2015 que a estratégia tem sido recorrentemente utilizada pela diretoria vascaína, atrás de qualidade e sem dinheiro para grandes investimentos: um medalhão acima dos 30 anos, com bons clubes europeus no currículo, mas em baixa, é oferecido. O Vasco sorri de volta e a contratação acontece. Eventualmente, a torcida fica encantada com o que vê.
Tem sido assim com Guarín, mesmo com pouco mais de 50 minutos em campo, tempo acumulado no clássico contra o Botafogo e na vitória sobre o Internacional. Foi o mesmo com Nenê. O meia-atacante estava solto na vida quando chegou ao Vasco no meio de 2015. Com poucos momentos de baixa, foi o astro do time até 2018.
O colombiano tem sido muito elogiado pela comissão técnica de Vanderlei Luxemburgo. O esforço para entrar em forma é grande, mas o jogador ainda não está tão bem condicionado quanto poderia. Talvez não faça diferença. Maxi López, quando desembarcou no Vasco ano passado, mesmo visivelmente pesado, conseguiu se destacar tecnicamente e ser peça importante para o time não ser rebaixado.
A experiência com Maxi López posteriormente não deu certo e sua passagem pelo Vasco não durou um ano. A história de Guarín também corre o risco de ser efêmera - ele assinou contrato curto com o Cruz-maltino, somente até dezembro. Mas a torcida nas redes sociais já pede para que o clube priorize a assinatura de um compromisso maior.
Outro exemplo que pesa a favor da pressa é o caso de Leandro Castan. Atrás de um clube onde pudesse recuperar o prestígio que acabou em xeque depois da grave doença que teve e do longo tempo inativo, o zagueiro desembarcou em São Januário e logo se transformou em referência na equipe. Suas atuações no nível dos melhores dias de Corinthians e Roma fizeram com que logo assinasse contrato mais longo com o Cruz-maltino, até 2022.
Com quatro anos de Porto e outros quatro na Internazionale, e mais uma Copa do Mundo no currículo, Guarín faz os vascaínos sonharem alto. Às vezes, mesmo sem o Vasco ter dinheiro para grandes contratações, jogadores acima da média para os padrões brasileiros caem de paraquedas em São Januário. Resta o colombiano provar que é novo exemplo disso.