Mais valorizado que a própria TV aberta, o dinheiro do pay-per-view foi o principal assunto em reunião dos times na última terça-feira, em sede da Rede Globo, em São Paulo. Para tornar mais justa a divisão dos R$ 500 milhões estimados para 2016, eles sugeriram mudanças na metodologia de pesquisa do Ibope e da Datafolha: os institutos deverão deixar de contar mais de um torcedor por lar.
Em 2014, 1.825 mil domicílios foram consultados para a definição do ranking de vendas de pacotes do Brasileiro.
Além do diretor executivo de esportes da Globo, Marcelo Campos Pinto, que está deixando a sua função, e seu sucessor, Pedro Garcia, as empresas foram as encarregadas por conduzir praticamente todo o encontro.
Elas explicaram como é feita hoje a pesquisa do PPV: resumidamente, através de ligação para a residência do assinante, que informa o clube para o qual torce e também o de todos os seus dependentes.
Na avaliação dos times, esse é um dos pontos que contribui invariavelmente para as distorções criticadas a cada ano.
Por isso, a tendência é que, a partir da próxima temporada, seja levada em conta somente a equipe do assinante e que passe a abranger também mais cidades do interior do país - atualmente, são contempladas apenas as capitais e Santos.
Uma reunião será realizada dentro de 15 dias, novamente em São Paulo, para encaminhar a discussão de uma vez por todas.
"Queremos ampliar essa pesquisa e que seja feito somente um relatório por casa. Às vezes, dentro de um lar, você tem dois ou três torcedores do mesmo time, uma situação identificada em mais de 40% dos casos. Esses detalhes devem nortear um novo modelo de contrato de TV que pode entrar em vigência agora ou a partir de uma eventual renovação", explica o presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno, ao ESPN.com.br.
Outra mudança é que a pesquisa feita pelo Ibope em conjunto com o Datafolha deverá deixar de ser o único critério para definição do ranking do pay-per-view. A discussão ainda será aprofundada, mas foi sugerido que até mesmo a classificação no Brasileiro seja considerada dentro dessas novidades.
"A única decisão que tivemos é a mudança da metodologia de pesquisa", afirma o mandatário do Santos, Modesto Roma.
"Não queremos saber quem tem mais torcida ou não e, sim, o clube que tem mais assinantes, por isso, perseguimos um equilíbrio maior e com uma distribuição mais justa, não tão dependente da pesquisa para valorizar o próprio campeonato", completa Marcelo Sant'Ana, do Bahia.
Ainda durante a reunião, Marcelo Campos Pinto falou a respeito de seu fim de ciclo na Globo.
Ao todo, 18 times contam hoje com contrato com a emissora até 2018: Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo, Grêmio, Inter, Atlético-MG, Cruzeiro, Coritiba, Atlético-PR, Goiás, Bahia, Vitória e Sport.