Pela primeira vez, desde que chegou ao Vasco, no início do ano, o atacante Élton vê a sua posição ameaçada com a contratação de Aloísio. Mas o jogador aprendeu desde pequeno a enfrentar as adversidades da vida.
Hoje, ele está se firmando como um dos ídolos do Vasco, mas lembra com saudade dos bons tempos que ficaram no passado. Élton deixou o interior baiano muito cedo. Ainda menino ganhou a estrada e foi tentar a sorte no futebol, em Irati, no Paraná.
Longe dos pais, ele sentiu na pele a dor da saudade e da solidão. Eu era um garoto, longe de tudo e de todos. Tinha dias que a saudade parecia que ia rasgar o peito. A pior época era a do fim de ano. Via os meus amigos passarem o Natal e Ano Novo com a família e eu sozinho, sem ninguém. Foi duro demais, recorda.
Apesar da solidão, Élton sobreviveu, mesmo sendo preciso enfrentar a distância. Em 2006 ele foi parar no Legia Varsóvia, da Polônia, passando depois por São Caetano e Santo André, onde disputou a Segunda Divisão de 2008.
Solteiro, morando sozinho no Rio, ele continua longe da família. Mas agora tem dinheiro para pegar uma avião e visitar a mãe, Dona Zilma, que agora está morando em Itapema, município próximo a Salvador, na Bahia.
Sob os cuidados da mãe, ele tem que fechar a boca para não ganhar uns quilinhos a mais. Ela faz de tudo para me agradar. Cozinha muito bem. É craque no preparo do acarajé, vatapá, caruru e passarinha, festeja.
Élton entra no jogo de hoje contra o Vitória sabendo que não pode fracassar. Aloísio Chulapa, novo contratado para o ataque vascaíno, está na área, com banca de dono da vaga. Mas o técnico Dorival Júnior continua botando fé no artilheiro. Ele é um perigo dentro da área. Sabe se posicionar bem e abre espaço para os companheiros que vêm de trás, elogiou o treinador.