Philippe Coutinho, Allan, Douglas Luiz... Parece estranho, mas você, torcedor, já imaginou ter direito a receber uma pequena fatia de uma eventual transferência de um desses jogadores? Essa é a formula que o Vasco aposta para arrecadar receita em curto prazo. A entrada oficial do Vasco no mercado de criptomoedas acontece no dia 8 de dezembro, quando o clube disponibilizará a primeira leva de tokens com 12 atletas formados em São Januário para que o torcedor possa se tornar uma espécie de investidor.
No fim de outubro o clube assinou contrato e anunciou parceria no mercado de bitcoins. A hora de faturar é agora. Dentro do Vasco, a estimativa é que se arrecade em menos de 30 dias os R$ 10 milhões que foram antecipados pela MBDA, empresa do Mercado Bitcoin e parceira no projeto. O valor foi usado para quitar dívidas e folhas salariais de jogadores e funcionários.
Serão os seguintes jogadores: Douglas Luiz (Aston Villa-ING), Allan (Everton-ING), Souza (Besiktas-TUR), Philippe Coutinho (Barcelona-ESP), Alex Teixeira (Jiangsu Suning-CHI), Paulinho (Bayer Leverkusen-ALE), Evander (FC Midtjylland-DIN), Luan (Palmeiras), Matheus Vidal (Corinthians), Alan Kardec (Chongqing Lifan), Marrony (Atlético-MG), Nathan (Boavista-POR).
- Estamos muito otimistas por se tratar de um projeto inovador e pioneiro. Eu, particularmente, tenho a expectativa de que em menos de 30 dias a gente consiga vender os 20% que serão disponibilizados, arrecadando R$ 10 milhões. Tenho conversado com investidores, e tem muita gente animada com esse produto. Apesar de ser um investimento de risco, é inovador e mexe com a torcida. É um ativo tangível, os jogadores que estão na cesta são jogadores de mercado, em atividade. Eu acredito que vai ser um sucesso – disse Anderson Santos, diretor financeiro do Vasco.
Em um primeiro momento, a partir do dia 8, serão disponibilizados 20% dos 500 mil tokens previstos no projeto. Cada token terá um pacote com 12 atletas formados no clube que já deixaram São Januário. A ideia é que o torcedor invista e receba no futuro um percentual, de acordo com investimento feito, do valor do mecanismo de solidariedade da Fifa que caberá ao Vasco como clube formador. Cada token custará R$ 100.
- Para o clube é muito vantajoso. É uma receita incerta e diluída no tempo. Quando o clube consegue adiantar essa receita, consegue investir e aplicar hoje. E o legal é que esse token acompanha o atleta por toda carreira – analisou Gustavo Chamati, sócio e fundador do Mercado Bitcoin.
O Mercado Bitcoin comprou do Vasco 20% dos tokens pelo valor de R$ 10 milhões e receberá, adicionalmente, 5% dos tokens pela prestação dos serviços de operacionalização. O clube deterá os demais 75% dos tokens e poderá colocá-los à venda a qualquer momento após a negociação dos 20% adquiridos pelo MBDA, remanescendo com uma participação mínima a todo tempo de 25%.
Como vai funcionar a parceria?
•O Vasco e o Mercado Bitcoin venderão tokens (moedas digitais que representam ativos reais).
•Cada token é uma parte do que o Vasco tem a receber via mecanismo de solidariedade de 12 atletas formados no clube.
•Cada token, inicialmente, terá o valor de R$ 100.
•Serão vendidos 500 mil tokens, portanto, a expectativa é arrecadar R$ 50 milhões.
•Por contrato, o Vasco manterá 25% de cada jogador para o clube
•O valor arrecadado com os primeiros 20% irá para MBDA, que antecipou R$ 10 milhões ao clube. A partir daí o Vasco terá 75% (com obrigação de manter 25%), e a empresa ficará com os 5% restantes.
•O torcedor que comprar um token fará um investimento e receberá o rendimento quando houver a negociação dos jogadores.
"Vasco descobriu o pote de ouro no futebol"
Não será possível comprar um token individual de cada jogador. A ideia de lançar um pacote com 12 atletas tem motivo.
- Com o pacote com 12 jogadores diminuímos o risco como produto, em caso, por exemplo, de uma eventual lesão, e aumentamos a potencialidade do investimento. É muito provável que pelo menos um desses 12 jogadores seja negociado em uma janela de transferências – explicou Gustavo Chamati, do Mercado Bitcoin.
A ideia é pioneira, e a estimativa do Vasco é arrecadar R$ 50 milhões com esses tokens. O clube, no entanto, vislumbra uma parceria duradoura, com novos tokens contendo outros atletas em um futuro próximo. Anderson, diretor financeiro do Vasco, acredita que o projeto será um sucesso e chegará a outros clubes do futebol brasileiro
- Acho que vai virar moda. Sabemos que tem outros clubes, como o Vasco, com muito potencial de revelar jogares. O Vasco descobriu o pote de ouro no futebol. O clube vai conseguir antecipar receitas e compartilhar com a torcida – frisou Anderson Santos.
Gustavo Chamati concorda com Anderson, revela ter conversas em andamento para projeto semelhante em outros clubes e ressalta que os tokens não são voltados apenas para torcedores do Vasco, mas especialmente para quem quer investir no futebol.
- É um produto de investimento. Claro que a composição traz os jogadores que fizeram parte da base do Vasco. Mas é um produto de investimento que atende a qualquer pessoa que esteja disposta a tomar esse risco de investimento. Qualquer pessoa que entende de futebol e se veja atraída pode investir. Como qualquer investimento, detém risco. Mas é legal que alia o investimento com a percepção do cara que é fanático por futebol. Esse conhecimento e essa paixão.
Segundo o Vasco, todo dinheiro arrecadado com o produto será usado para pagamento de dívidas e folhas salariais.