A Comissão Disciplinar da Conmebol anunciou nesta segunda-feira (6), que o zagueiro Miranda, do Vasco, teve detectado em seu exame antidoping a canrenona, “substância proibida em todo momento”.
Para conhecer melhor o que é e como se dá a atuação no organismo dos atletas, o SuperVasco conversou com a farmacêutica e vascaína Luisa Nunes.
- A canrenona é o que "sobra" no corpo depois que alguém toma espironolactona, que é um remédio usado pra hipertensão por ser diurético. Ou seja, força o organismo a aumentar a produção de urina e, assim, reduzir a quantidade de líquido no corpo e, consequentemente, a pressão arterial.
Buscamos entender também o motivo da substância ser vetada pelas autoridades esportivas. A profissional explica que o medicamento não traz benefícios diretos aos atletas, e que o objetivo nestes casos é se aprofundar sobre o que teria objetivado o uso.
- As agências antidoping enxergam remédios diuréticos, como a espironolactona (precursora da canrenona), de uma forma diferente. O uso desse medicamento, em si, não traz nenhum benefício direto ao desempenho do atleta. O que importa, para as agências, nesses casos, é a motivação por trás do uso. A interpretação é que usam a substância diurética pra "mascarar" o uso de outras substâncias proibidas, porque ao aumentar a produção de urina pelo corpo, os possíveis rastros de substâncias proibidas que estariam no organismo do atleta são eliminados mais rapidamente e, dessa forma, não seriam rastreados nas amostras do exame de doping.
Uma audiência remota entre o Clube e a entidade está marcada para esta terça-feira (7), às 15h (horário do Paraguai). O Vasco ainda não se pronunciou de maneira oficial.
Por Leandro Oliveira