De uns tempos para cá, as equipes de base do Vasco passaram a ganhar quase a mesma atenção dos torcedores que a principal. Isso porque cresceu a crença de que os garotos são potenciais soluções para dois problemas do clube: a falta de qualidade entre os profissionais e a de dinheiro para pagar as contas. Com tamanha pressão nas costas, a equipe estreia na Copa São Paulo neste sábado, às 20h45, contra o Carajás, em Itapira.
O sarrafo está lá no alto: ano passado, o time foi vice-campeão da Copinha e a esperança é de que o time ao menos consiga repetir a presença na decisão. O adversário da estreia é, coincidência, o mesmo de um ano atrás. Já a presença de sete jogadores remanescentes de 2019 (Caio Lopes, João Pedro, Laranjeira, Miranda, Nathan, Riquelme e Vinícius) não é por acaso: a comissão técnica aposta na experiência este ano.
O que a torcida talvez não leve em consideração é que não existe uma fórmula que garanta que o sucesso na base será transposto quando o garoto chegar ao profissional. Para se ter uma ideia, daquela equipe vice-campeã em 2019, apenas um conseguiu virar titular entre os adultos: Talles Magno, reserva na Copinha. Lucas Santos, referência da equipe, ainda tenta se firmar em São Januário. Bruno Gomes vive ascensão, deve jogar mais em 2020, mas em compensação Tiago Reis está no fim da fila por uma vaga no ataque.
Financeiramente falando, as duas maiores vendas da história do Vasco tiveram passagem discreta ou nenhuma pela Copa São Paulo de Juniores. Douglas Luiz, vendido em 2017 para o Manchester City por R$ 70 milhões, jogou a competição em 2016 e fez parte do grupo que foi eliminado ainda na segunda fase, diante do América-MG.
Paulinho, maior transferência do Vasco de todos os tempos, deixou o clube em 2018 rumo ao Bayer Leverkusen, da Alemanha, em negócio que movimentou R$ 85 milhões. No ano anterior, com a mesma idade com que Talles Magno jogou a Copinha ano passado, 16 anos, não esteve no grupo que foi eliminado na terceira fase, em jogo contra o São Carlos.
Este ano, uma das maiores esperanças do Vasco, além dos "veteranos" do ano passado, é o volante Juninho. Ele foi destaque da equipe na Copa Ipiranga, disputada em dezembro, na qual o time terminou na segunda colocação, ao ser derrotado pelo Grêmio na final. Campeão ou não, brilhando ou tendo atuações apagadas na Copinha, não importa: a história mostra que ainda será cedo para dizer se poderá se transformar no reforço técnico e financeiro que clube e torcida tanto desejam.