O tumultuado processo eleitoral do Vasco agora, pelo menos, tem uma data. No dia 6 de agosto, conforme determinação desta segunda-feira após a reunião da Junta Deliberativa do clube, os sócios vão às urnas para definir os 150 conselheiros eleitos, que decidem logo em seguida às eleições o novo presidente do clube. A posse do novo presidente deve ser confirmada para 19 de agosto e até lá o Vasco terá 11 jogos pela Série B - sete antes das urnas, mais quatro antes da troca de bastão de diretorias do clube.
A indefinição no quadro eleitoral, porém, ainda existe em vários aspectos. O inquérito policial da 17ª Delegacia de Polícia de São Cristóvão segue em curso e provoca protestos dentro e fora do Vasco. Na noite de domingo, o delegado adjunto Othon Alves esteve no clube para verificar se a sala do departamento infanto-juvenil continuava fechada, sem violações das fichas de associados, que são motivo de inquérito. O clube, através da sua segurança, contatou o departamento jurídico, que impediu a ação da polícia sem mandado judicial. O delegado titular Maurício Luciano ainda espera recolher os documentos dos associados para seguir as investigações.
- Por enquanto não há prejuízo para a investigação com a marcação das eleições. Se eu perceber que até lá não terminou o inquérito, posso pedir ao juiz para suspender em razão da suspeita de fraude. Se terminar o inquérito até lá, levo à Justiça e vai caber a ela liberar ou não a realização das eleições - disse o delegado da 17ª DP, que espera recolher as fichas de associados ainda esta semana.
Dentro do processo eleitoral, ainda há dúvidas também sobre as chapas, as composições e os candidatos do pleito. O ex-presidente Eurico Miranda, o advogado Roberto Monteiro, vice-presidente do Conselho Deliberativo, o vice-presidente Infanto-Juvenil Tadeu Correia e o ex-vice de finanças Nelson Rocha são os únicos pré-candidatos declarados. O presidente da Cruzada Vascaína, Leonardo Gonçalves, e Eduardo Machado, do Pró-Vasco, também se colocam como presidenciáveis, mas articulam apoio a duas das incógnitas desse processo.
Fernando Horta, presidente da Unidos da Tijuca, movimenta apoios e pode unir votos da colônia portuguesa e o empresário Jorge Salgado, que praticamente se colocou fora da disputa como cabeça de chapa. As conversas devem ser aceleradas com a definição do pleito, embora as dúvidas quanto à lista de eleitores ainda intimidem outros candidatos.
Praticamente certo é que as liminares já estão sendo preparadas para paralisarem as eleições. O grupo de Nelson Rocha, que levou a notícia crime contra a adesão em massa de mais de três mil associados no mês de abril de 2013, promete lutar para impedir os votos que, em sua maioria, favorecem Eurico Miranda e Roberto Monteiro.
Às vésperas da 8ª rodada, o clube ainda joga até a 14ª, quando enfrenta o Paraná, dia 2 de agosto, mas ainda atua até a 17ª rodada da competição. O jogo contra o Náutico, adiado da quinta rodada, foi remarcado para 12 de agosto. Dinamite deve deixar o cargo, após seis anos, no dia em que o Vasco enfrenta o Vila Nova, no Serra Dourada. Dias depois, o clube completa 116 anos, num dos momentos mais complicados de sua história.