Natural de Apiaca, cidade do interior do Espírito Santo, Carlos Antônio chegou ao Vasco com treze anos de idade e foi destaque em todas as categorias da base do clube. Com passagem pela Seleção Brasileira sub-17, o jovem viveu seu melhor momento no Gigante da Colina durante a Copa São Paulo de 2009, onde foi o artilheiro do time e considerado o melhor jogador do cruzmaltino na competição.
A boa participação no torneio de juniores mais importante no país rendeu ao atacante algumas oportunidades no time comandado por Dorival Júnior, que tinha a dura missão de reconstruir o hoje \"Trem-Bala da Colina\". Na oportunidade, o jovem atuou em duas partidas do Campeonato Carioca e não conseguiu marcar gols. Apesar de contar com a simpatia do treinador, Carlos Antônio sofreu uma grave contusão e perdeu espaço para jogadores como Edgar e Rodrigo Pimpão, contratados para a disputa da Série B.
Hoje no Democrata, de Minas Gerais, o antigo companheiro de Allan, Romulo, Alex Teixeira, Allan Kardec, Pablo e Souza falou com exclusividade para o SuperVasco.com e pediu para o Vasco ter um pouco mais de atenção com a base. Além disso, Carlos Antônio revelou que tem como meta retornar ao Gigante da Colina.
Confira a entrevista exclusiva com Carlos Antônio:
Você surgiu na equipe de Juniores do Vasco como um grande destaque e acabou subindo para o time profissional, atuando em algumas partidas. Na sua visão, por qual motivo você não conseguiu ter sucesso em São Januário?
\"Tive algumas lesões sérias e isso acabou me prejudicando. Por isso não consegui manter uma seqüência. Como estava estourando a idade de júnior não consegui manter o mesmo rendimento que tive no juniores na equipe profissional. Apesar disso, eu esperava um pouco mais de paciência da diretoria, até pelos anos que passei dentro do Vasco. Infelizmente isso não aconteceu e eu acabei deixando o clube.\"
Como você se sentia ao ver o Vasco contratando inúmeros jogadores para o ataque, a maioria apostas?
Para mim isso era uma coisa que eu respeitava muito, até porque o currículo desses jogadores nem temos que comentar. Quando a diretoria contratou não esperava que eles fossem render da forma que renderam. Penso que eles deveriam olhar melhor para base, porque às vezes eles trazem jogadores sem necessidade. Na base, muitas vezes, existem jogadores melhores ou com capacidade igual. É um investimento que às vezes nao precisa. Penso que deveriam dar um pouco mais de oportunidade, ter um pouco mais de paciência. É uma coisa que o Botafogo, o Flamengo e o Fluminense têm.
Não seria mais fácil investir em você ou no próprio Éder, que vinham de uma ótima Copa São Paulo?
Penso que sim. Nós tínhamos acabado de renovar contrato e penso que seria uma boa, pois o Vasco estava querendo se reestruturar na Série B. Estávamos bem na época. Tivemos algumas oportunidades, mas não conseguimos manter, até porque o juniores é diferente do profissional. Um exemplo que pode ser usado é o Alex Teixeira, que levou um tempo pra jogar o seu futebol de base. No profissional essas coisas de falta de oportunidade, de paciência, às vezes prejudica. É um pequeno detalhe, mas que faz falta principalmente para nós que somos jovens.
Mesmo com tudo isso, você sente carinho pelo Vasco? Aceitaria voltar no futuro?
Claro que sim. Passei minha infância dentro do Vasco. Tenho muitos amigos e pessoas que gostam de mim de verdade, do faxineiro aos jogadores. Tem a Dona Gloria, que é a assistente social do clube e que é como uma mãe para mim. Tem os psicólogos do clube, a Maria Helena e a Andréia, que são pessoas excepcionais. Então tenho um carinho grande pelo clube sim.
E o Dorival Junior, o que você pode falar sobre ele? Ele que te deu a oportunidade no time de cima. O que você pode falar daquele grupo?
Nem tenho palavras para falar dele. Aprendi muito com aquele cara. É uma pessoa extraordinária e é o melhor treinador que já tive o prazer de trabalhar. É um bom treinador e uma boa pessoa. O grupo? Sem comentários. Também não é a toa que foi Campeão Brasileiro.