Existe uma máxima no futebol: "clássico é decidido nos pequenos detalhes". Quem nunca a ouviu em semana de jogo decisivo? E foi isso que os jogadores do Vasco voltaram a ressaltar dias antes da semifinal com o Flamengo. Mas, desta vez, a afirmação fugiu do discurso de praxe. Em São Januário, o tom foi de alerta. Nos dois clássicos entre os clubes neste ano, erros individuais custaram bem caro e ajudaram a aumentar o jejum de nove jogos que incomoda o Gigante da Colina.
Embora a defesa seja um dos setores mais sólidos do Vasco do técnico Doriva, o sistema deu panes significativas diante do Rubro-Negro. No primeiro embate, na estreia de ambos nesta temporada, o volante Sandro Silva perdeu a bola ao tentar um lance de efeito na entrada da área e viu Everton marcar pelo Flamengo o único gol na partida válida pelo torneio amistoso Super Series.
O segundo duelo foi ainda pior. O time perdeu por 2 a 1 de novo com dois erros individuais. O goleiro Martín Silva errou a reposição da bola e deixou Alecsandro em condições de abrir o placar. Na etapa final, Guiñazu fez pênalti em Marcelo Cirino, que já tinha marcação por perto.
Luan, que não estava em campo na partida da Taça Guanabara, defendeu seus companheiros, mas admitiu que o Vasco precisará de mais atenção para não ser surpreendido mais uma vez pelo seu arquirrival.
“Nós somos seres humanos. Trabalhamos todos os dias para minimizarmos erros como os que aconteceram. O passado serve como lição para aumentarmos ainda mais a atenção. Clássicos decisivos não nos permitem esse tipo de coisa e não podemos deixar acontecer outra vez”, afirmou o zagueiro, que acrescentou:
“Sofremos gols nos últimos jogos e não estamos satisfeitos. O importante é ter a cabeça no lugar e frieza em campo.”
Diretoria fecha treinos até o clássico
Se o clássico com o Flamengo é encarado como um campeonato à parte pelo Vasco, a diretoria do clube mudou a rotina de São Januário pela segunda vez no ano. Assim como na semana que antecedeu o duelo entre os clubes pela Taça Guanabara, o treino desta quinta-feira foi realizado de portas fechadas, sem a presença de jornalistas, que acompanharam apenas as entrevistas coletivas. Fotografias e imagens das atividades também foram proibidas. A determinação vai seguir nesta sexta-feira e sábado. Luan fugiu da polêmica ao falar sobre o assunto.
“Sou assalariado, um funcionário do clube. Apenas sigo ordens (risos). Quem definiu isso (portões fechados) foi o presidente do clube. Se ele pediu, está pedido e ninguém vai lá reclamar com ele”, brincou o atleta.
Na semana do último clássico, sem a imprensa, Eurico Miranda entrou em campo e se reuniu com o grupo para falar sobre a importância do jogo contra o Flamengo.