Dakson em ação na Bulgária |
Por: Carlos Gregório Junior e Carol CanoaDiferentemente do que muitos pensam, o primeiro clube de Dakson no Rio de Janeiro não foi o Fluminense e tampouco o Vasco. Foi no Campo Grande que o jovem deus seus primeiros passos no futebol de campo. Lá, Dakson aprendeu fundamentos e reuniu atributos para brilhar na base do tricolor carioca. É justamente dessa sua passagem no Flu que Dakson guarda boas recordações.
Apesar de ter tido sucesso na equipe sub-20, marcou dois gols na final do Mundial sub-20 vencido pelo Fluminense, Dakson não recebeu oportunidade no time de cima. Foi justamente por esse motivo que ele resolveu largar o futebol carioca e tentar a sorte na Bulgária:
- Quando eu estava no Fluminense não tive oportunidades para jogar no time de cima e esse era um dos meus objetivos. A gente veio de uma competição que foi o Mundialito, onde fomos campeões, e eu esperava ter uma oportunidade no time de cima. Infelizmente não tive e resolvi entrar num acordo com a diretoria do Fluminense e rescindir o contrato. Assim que eu rescindi, demorou um pouco e apareceu um convite da Bulgária. Eu não sabia nada sobre a Bulgária, então foi um desafio. Falei para mim mesmo que iria enfrentar e ver no que ia dar - revelou à Só dá Vasco TV.
Dentre os principais desafios que Dakson enfrentou no país europeu, onde chegou em 2006 para defender as cores do Lokomotiv Plovdiv, destaca-se a língua. O atual meio-campo do Vasco levou quase dois anos para aprender o idioma local:
- Foi meio complicado por conta da alimentação, da cultura, que era diferente, e principalmente do idioma. Eu não via falando búlgaro e até mesmo por isso levei quase dois anos para aprender. Mas sabia que tinha que aprender para me comunicar, para ir para as coletivas. Foi complicado no início, mas depois ficou tudo tranquilo - contou à Só dá Vasco TV.
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Dakson exibe com orgulho os troféus e prêmios conquistas na Bulgária |
Fora o idioma, Dakson também teve que se adaptar ao estilo de jogo praticado na Bulgária. De acordo com ele, os búlgaros executam um futebol muito mais pegado que o brasileiro:
- Em termos de futebol é a técnica. O futebol brasileiro tem muita técnica e é muito mais bonito e muito mais bem jogado. O futebol búlgaro é mais força, muito mais pegado. Essa é a diferença que existe entre o futebol búlgaro e o brasileiro. No início foi complicado - disse à Só dá Vasco TV.
Acerto com o Vasco e possibilidade de fazer sucesso num grande do Brasil |
Foto: Marcelo Sadio- Vasco.com.br |
A trajetória de Dakson no país europeu poderia ter sido ainda mais longa se ele tivesse recusado a proposta do Vasco para se naturalizar búlgaro e jogar pela Seleção local. O desejo de voltar ao Brasil e de defender um dos maiores clubes do seu país de origem fizeram o meia largar tudo:
- A primeira coisa que eu fiz quando soube do interesse do Vasco foi arrumar as malas e perguntar quando iria viajar. Receber um convite do Vasco é o sonho de qualquer jogador. Todo jogador que jogar num clube da expressão do Vasco. Não pensei nem duas vezes quando recebi o convite, aceitei logo - revelou à Só dá Vasco TV.
Poucos sabem, mas o acerto entre Dakson e o Vasco poderia ter acontecido em 2011. Na época, o cruzmaltino acabara de conquistar a Copa do Brasil e brigava pelos títulos do Brasileiro e da Sul-Americana. Apesar de ter ciência desse fato, o alagoano não sabe explicar por qual motivo não acertou com o Gigante da Colina no ano passado:
- Teve uma época que eu recebi um convite, mas não sei explicar o motivo que impediu o acerto. Acho que já estava guardado para este ano. Tanto é que não deu certo naquela vez, mas agora deu tudo certo e estou muito feliz por estar no Vasco. Espero dar alegrias para a torcida vascaína - disse à Só dá Vasco TV.
O sonho de Dakson de dar alegrias para a torcida vascaína poderia ter sido interrompido antes mesmo de sua estreia. Isso porque o jovem foi inscrito no último minuto da janela transferências de internacionais e os documentos vindos da Bulgária demoraram a chegar. Até mesmo por conta disso, Dakson ficou um longe período sem saber se poderia atuar pelo Gigante da Colina em 2012:
- Foi um período complicado. Até porque é chato você ficar só treinando e não jogar. Eu temi que a negociação não desse certo, pois existiu dificuldade até na transferência (risos). Mas tenho certeza que isso que aconteceu foi para que mais na frente eu tenha boas notícias. Foi um período complicado, mas graças a Deus passou - afirmou à Só dá Vasco TV.
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Foto: Marcelo Sadio- Vasco.com.br |
Durante esse período complicado, forma como Dakson descreveu o momento em que não sabia se atuaria ou não em 2012, o meia contou com o apoio de Juninho Pernambucano, a quem rasgou elogios:
- Juninho é um cara sensacional. Por mais que você fale nunca vai alcançar palavras que defina o Juninho. Ele foi um cara que me ajudou muito, realmente me ajudou bastante mesmo. Me deu muitas orientações e eu procurei sempre escutar, pois tudo que ele me dizia era visando facilitar a minha adaptação. Aprendi muitas coisas com ele no dia a dia e até mesmo por isso procurava ficar sempre perto dele. Fiquei um pouco triste com a saída dele, pois é uma perda muito grande para o Vasco. Mas se ele se sentir feliz, eu fico feliz por ele. Ele merece tudo de bom e que tem uma bela história no futebol. É um cara que já jogou na Seleção e disputou a Copa do Mundo. Se ele saiu foi porque tinha motivos. Ele é ser humano e tem que procurar um lugar onde se sinta bem. É chato, é triste para o Vasco, para a torcida, mas a gente tem que seguir em frente. Espero que ele tenha sucesso no novo clube e dê alegrias aos torcedores de lá. Espero também que antes de encerrar a carreira eu possa jogar com ele novamente. Que ele volte para encerrar a carreira com a camisa do Vasco - afirmou à Só dá Vasco TV.