No projeto de reforma do complexo esportivo de São Januário, constavam diversas obras: vestiários do futebol profissional e da base, academias para o futebol profissional e para os outros esportes, placar eletrônico do estádio, reforma da marquise deste, pintura da arquibancada
E também reformas do Parque Aquático e dos ginásios poliesportivos (o principal, que fica atrás do gol à esquerda da social, e o conhecido como Forninho, mais acanhado e localizado perto do Parque Aquático, atrás do gol à direita do mesmo referencial). Embora com atraso, o que se refere ao futebol está sendo tocado satisfatoriamente. Entretanto, o panorama da infra-estrutura dos esportes olímpicos é reflexo do grau de prioridade que é dado pelo clube a eles.
Conforme já foi divulgado pelo site Torcida do Vasco, o Parque Aquático continua da mesma forma: com reforma no papel. O ginásio Forninho, cujo nome oficial é Antônio Soares Calçada, foi inaugurado após grande atraso, que foi lamentado por atletas e comissão técnica. Só que esse ginásio não pode receber jogos do futsal e nem do basquete, embora tenha sido inaugurado com muita festa. Quanto ao futebol de salão, não há área de escape razoável entre a parece e as quatro linhas. Desta maneira, ginásio é vetado pela federação de futsal. Quanto ao basquete, há o problema do piso, que não é aceito. O Vasco, desta maneira, é obrigado a alugar ginásios para mandar seus jogos. Mais custos que deveriam ser dispensados se houvesse infra-estrutura básica no clube, que, por sua vez, apregoa a autossustentabilidade das modalidades. Apenas o vôlei, dentre as modalidades de quadra das quais o Vasco participa competitivamente, pode mandar seus jogos na principal sede do Club de Regatas Vasco da Gama. Outro problema do Forninho é o teto, que é vulnerável a chuvas. Quando chove razoavelmente forte, a quadra se alaga. Além disto, há pilastras espessas diante do único lance de arquibancada, o que compromete intensamente a visão dos espectadores.
O caso do ginásio principal, cuja última reforma/modernização foi realizada na gestão do próprio Antônio Soares Calçada, em 2000, é ainda mais lastimável. Com seu piso adequado para todas as modalidades, ele servia a todas modalidades. Porém, devido ao descaso na sua preservação, ele foi interditado em dezembro de 2011. Durante um treino do futsal, saiu uma farpa da quadra. É importante relembrar que recentemente um atleta morreu no Paraná em virtude de um acidente deste tipo. A interdição já dura praticamente quatro meses, e o ginásio atualmente serve para abrigar entulho. As fotos ilustram muito bem essa situação lastimável. O prazo inicial era de oito meses para estar pronto. Já se passou quatro e nada. As perspectiva são desanimadoras.
É unânime entre atletas, coordenadores e membros da comissão técnica o pensamento de que o prejuízo por conta dos problemas citados acima é imenso nessas modalidades. Seja financeiro, seja técnico. O apoio financeiro provido pelo clube é escasso (sequer oferece vale-transporte aos atletas do basquete, por exemplo; a ajuda de custo é ínfima e às vezes sequer existe, o que faz com que muitos atletas se encaminhem para rivais). O maior reflexo de todo esse quadro de centralidade demasiada do futebol são os resultados dos demais esportes. Só há força nas divisões de base de alguns esportes, como vôlei e futsal. Só que esses atletas geralmente não continuam no clube. Ou há proposta financeiramente mais vantajosas, ou não há projeto de time adulto. A transição salão-campo, por exemplo, é deficiente, com muitos jogadores promissores do futsal saindo do clube sem ter maiores oportunidades no campo. Na categoria adulto, nada de times fortes. Não saíram do papel os sonhados projetos para times fortes no basquete e no futsal, por exemplo. Funcionários do basquete acalentam a esperança de o projeto com Alberto Bial ser tocado a partir da metade do ano. Assim como as obras, os aportes financeiros também só existem no mundo das ideias.
FOTOS DO GINÁSIO PRINCIPAL DE SÃO JANUÁRIO:
FOTOS DO PARQUE AQUÁTICO DE SÃO JANUÁRIO: