Como diz a música de Seu Jorge, está nascendo um novo líder em São Januário. Ao que tudo indica, a conclusão da transferência de 70% da SAF do Vasco para a 777 Partners deve acontecer hoje. Depois de dois dias no Rio, a comitiva de executivos que veio à cidade para solucionar as últimas burocracias já retornou para os Estados Unidos. Além de Josh Wander, sócio-fundador da empresa, estiveram no Rio Juan Arciniegas, diretor de entretenimento, Nicolas Maya, chefe de operações, e Don Dransfield, CEO da 777 Football Group, braço da holding que cuida dos investimentos no futebol.
A expectativa é de que até a próxima segunda-feira o cruz-maltino receba o primeiro investimento de R$ 120 milhões da empresa. Os outros R$ 510 milhões serão distribuídos ao longo dos próximos dois anos — R$ 70 milhões já foram concedidos através de empréstimo.
— Pensávamos que o processo seria concluído um pouco mais cedo, mas estamos muito contentes com o fato de que tenhamos concluído. Estamos muito animados com o futuro. Finalmente vamos mover o Vasco em direção ao progresso que imaginamos que ele seja capaz — declarou Josh Wander, que assinou memorando de intenção de compra do clube ainda em fevereiro, em entrevista ao ge’
Embora nos bastidores o clima seja de comemoração e até de certo alívio pelo fim dos processos burocráticos, dentro de campo o Vasco ainda não pode celebrar. A vitória sobre o Guarani, na última quarta-feira, deu ao cruz-maltino uma vantagem de quatro pontos sobre o Londrina, quinto colocado na Série B, mas está longe de representar garantia de acesso.
Mesmo assim, a possibilidade de não conseguir o subir para a Série A nessa temporada não preocupa a cúpula da 777. Na entrevista ao ge, Josh Wander disse que a ideia da empresa é construir um projeto para perdurar de 30 a 50 anos na SAF cruz-maltina.
— Estamos assumindo nesta sexta-feira (hoje), a partir daí a 777 terá as ferramentas para tomar as decisões, vamos acessar todos os aspectos desse clube, no lado esportivo, nos negócios... Vamos definir o que deve ser feito para que o Vasco atinja seus objetivos. E um deles é o acesso — afirmou o sócio-fundador da 777 Partners. — Acho que vamos conseguir. Mas o nosso projeto não é um projeto de seis meses, um ano ou cinco anos. É um projeto de 30, 50 anos. Não conseguir o acesso não significará o fim do Vasco, só significa que teremos que esperar outro ano para conseguir.
Foco nos jovens
Wander também fez projeção das contratações que podem ser feitas sob a administração da empresa americana. Desejo dos torcedores, jogadores de nome no futebol internacional até podem ser contratados, mas não serão o foco principal. A ideia é que o cruz-maltino busque jogadores jovens e que, além de encaixarem no estilo de jogo determinado pela gestão, possam dar um retorno financeiro à altura.
— Não acho que seremos o tipo de clube que sai gastando um monte de dinheiro em uma grande estrela, e sim o tipo de clube que gasta muito dinheiro investindo em talentos que poderemos cultivar e desenvolver para que se tornem grandes estrelas — concluiu.