A diretoria da CBF vai se reunir na tarde desta terça-feira (7) por videoconferência com representantes dos clubes para tratar, entre outros temas, sobre o calendário do futebol em meio à pandemia do novo coronavírus. Não devem ser projetadas datas para retorno, já que não se sabe quando o isolamento social será relaxado, mas sim modelos que podem ser adotados para os campeonatos dependendo de quando a bola voltar a rolar. Haverá projeções para maio, junho, julho e até meses posteriores.
Um dos pontos que será tratado é sobre os Estaduais, apesar de a CBF não ser responsável direta pela organização dessas competições. A entidade mantém promessa feita aos presidentes de federações de que os torneios serão finalizados assim que o futebol voltar, mesmo que num primeiro momento com a proibição de torcedores nos estádios. Na segunda (6) a confederação anunciou ajuda de R$ 19 milhões para clubes que disputam as Séries C e D do Brasileiro, todos sem receitas com as paralisações dos Estaduais.
Há quase que um consenso entre a cartolagem que os Estaduais, por causa dos deslocamentos, têm maior facilidade para serem realizados logo após o fim do isolamento do que o Brasileiro ou competições continentais. Não é preciso pegar aviões para terminar o Campeonato Paulista, por exemplo, que ainda tem seis datas em aberto.
Devem ser colocadas na mesa propostas feitas em outros países e até em outras modalidades. A NBA, liga de basquete profissional dos EUA, cogitou finalizar sua temporada em uma sede única, a cidade de Las Vegas. Os jogadores seriam isolados e testados, para não haver risco de contaminação. O plano, porém, não avançou e a liga continua paralisada.
Na Inglaterra, representantes da Premier League cogitaram encerrar a temporada com jogos em outro país, com ambiente controlado. O problema, para eles, é que hoje o novo coronavírus é uma pandemia, ou seja, afeta todo o mundo. Onde jogar?
A avaliação é que quando o isolamento social for relaxado ainda será complicado o deslocamento entre os Estados e, principalmente, entre os países. O blog mostrou no sábado que a Conmebol recebeu retorno de governos sul-americanos de que o acesso entre as fronteiras do continente estará limitado durante todo o ano, o que pode atrapalhar as conclusões da Libertadores e da Sul-Americana.
Os Estaduais podem ser finalizados sem deslocamentos e com os atletas isolados por um período específico em hotéis. Em São Paulo poderia se jogar apenas na capital, evitando viagens ao interior. Tudo isso ainda sem torcida e com pouquíssima imprensa ou representantes da federação no estádios.
Sobre o Brasileiro, o Grupo Globo, que detém os direitos de transmissão da maioria dos clubes, não gostaria de um torneio mais curto, sem ser por pontos corridos. Mas se a competição só puder ser jogada a partir de julho, o calendário talvez não dê a possibilidade de se disputar 38 rodadas até o fim de dezembro.
A única certeza dentro da CBF é que não há possibilidade de transformar o calendário do futebol brasileiro no europeu, ou seja, começando em agosto e terminando em maio. Tem que haver coincidência com as datas da Conmebol, que faz a Libertadores e a Sul-Americana de fevereiro a novembro.