Um treinador Renato Gaúcho visivelmente emocionado deixou o Vasco nesta sexta-feira. Ele participou de uma entrevista coletiva à tarde, em São Januário, ao lado do presidente Eurico Miranda, lembrou que no futebol atual é difícil ficar tanto tempo no comando de uma equipe grande e que agora só pensa em descansar. O dirigente, por sua vez, negou que tenha demitido o técnico, que sai do Cruzmaltino em comum acordo com a diretoria, nas palavras de ambos.
Saio muito triste, mas orgulhoso por este grupo que fiz aqui. No futebol, é muito difícil ficar um ano e meio em um clube e virar ídolo da torcida. Acho que consegui isso. Já estou até com ciúme do próximo treinador que vier trabalhar aqui. Sempre tive todo apoio e somando minha época de jogador e treinador, foi o melhor clube em que trabalhei. Espero que o novo treinador tenha um pouco mais de sorte do que eu, disse Renato, chorando. Não quero pensar em nada agora. Quero viajar com a família, levantar a cabeça e descansar, completou.
Tudo que foi noticiado não é verdade. Minha filosofia não é simpática, mas aqui treinador não é demitido por causa de resultado. Eu respeitava as escolhas dele e ele tinha aval para fazer o que quisesse. Só demito quando há incompetência ou negligência da pessoa que trabalha no Vasco, assegurou Eurico. Eu trouxe o Renato, tenho um ótimo relacionamento com ele e as portas do clube estão abertas quando ele quiser voltar. São poucos os que saem daqui assim. Na minha cabeça, ele já está entre os melhores treinadores do Brasil, prosseguiu.
O nome do novo treinador do Vasco pode ser anunciado a qualquer momento. Não pensei em novo técnico. Posso decidir em meia hora ou em uma semana, comentou, falando em seguida sobre Antônio Lopes, que mais cedo dissera que gostaria de voltar ao clube. O Lopes é um bom nome, eu gosto dele. Assim como o Renato, saiu daqui pela porta da frente, salientou.
Eurico não perdeu a oportunidade de cutucar a diretoria do Botafogo, que eliminou o Vasco da Taça Rio, na última quarta-feira. Aqui no Vasco, não precisamos fazer reunião para pagar salários de nossos funcionários. Pagar salários é obrigação do clube. Ao contrário de outros lugares, não precisamos pedir ajuda a terceiros, ironizou, em alusão à presença de empregados do Alvinegro no vestiário do Maracanã, antes do clássico da Taça Rio. Na ocasião, os jogadores se sentiram sensibilizados a vencer, para que os salários do clube de General Severiano fossem colocados em dia.