Enquanto a imagem de Roberto Dinamite é desgastada na presidência do Vasco da Gama, a de Eurico Miranda é invocada por alguns. Atual presidente do Conselho de Beneméritos do clube carioca, o advogado não teve dúvidas para afirmar que voltará ao comando geral muito em breve.
"Eu vou voltar. Não estou falando que sou candidato à eleição, porque isso seria só uma possibilidade de eu voltar. Estou afirmando que vou voltar a ser presidente do Vasco", cravou Eurico Miranda durante entrevista à TV Bandeirantes na tarde desta terça-feira.
De acordo com ele, muitos torcedores vascaínos sentem sua falta. "Atualmente, o clube precisa de mim. Às vezes ouço as pessoas pedirem nas ruas: ‘Volta, Eurico’". No entanto, a afirmação contrasta com o que aconteceu no último jogo do time, durante a derrota para o São Paulo, por 2 a 0.
Eurico Miranda esteve em São Januário para assistir à partida e, quando estava deixando o local, foi xingado por um fã. Outros acompanharam o torcedor e fizeram confusão em um dos setores do estádio - houve relato de que um dos seguranças sacou uma arma de fogo para conter os ânimos.
Um dos dirigentes mais polêmicos da história cruz-maltina, Eurico Miranda também aproveitou para criticar a atual administração da agremiação esportiva, nas mãos do rival Roberto Dinamite, um dos seus inúmeros desafetos. Segundo o ex-presidente, Dinamite tem que separar as carreiras.
"Inegavelmente, foi um grande jogador. Agora, um jogador não pode tentar ser um administrador sem nenhum conhecimento. Isso foi o que ele fez. Se tiver uma palavra abaixo de fraco, essa seria pra falar sobre a administração dele", disparou o advogado.
Perguntado sobre o resumo de sua gestão, de 2001 a 2008, Eurico Miranda se defendeu das acusações e assegurou: "Nunca fiz mal a ninguém. Aliás, posso ter feito, mas sempre sem intenção; Não sei se vou pro céu ou pro inferno, porque nem sei se eles existem, mas sei que vou pra um lugar melhor".
Na década de 1980, Eurico Miranda foi o principal responsável pela volta de Dinamite, que estava no Barcelona, da Espanha. O dirigente também trouxe Bebeto, do arquirrival, o Flamengo. Aos poucos, o advogado foi ganhando influência política nos bastidores do clube.
Ele teve seu ápice com as conquistas do Campeonato Brasileiro de 1997 e da Libertadores de 1998, quando era vice-presidente de futebol. Porém, seu mandato presidencial teve altos e baixos, polêmicas e, no fim, muita insatisfação da maior parte da torcida, que promoveu Dinamite.