Em julho de 2001, o clube francês Girondins de Bordeaux fez uma saída de caixa de US$ 5,94 milhões, em favor da conta da empresa holandesa WFC no Dexabank na Suíça, com o objetivo de comprar o apoiador Paulo Miranda, do Vasco. Porém, o clube brasileiro declarou a entrada de apenas US$ 2 milhões em sua conta corrente.
Dos US$ 3,94 milhões restantes, apenas US$ 640 mil foram repassados ao jogador, e US$ 3,3 milhões, divididos por agentes e dirigentes que participaram da negociação.
1º/JUNHO/2001 O Vasco deu uma procuração à empresa holandesa WFC (World Football Corporation), com sede em Amsterdã e subsidiária da Arbory Corporation N. V. das Antilhas Holandesas, para negociar o jogador Paulo Miranda por US$ 1 milhão ao Girondins de Bordeaux.
5/JUNHO/2001 Paulo Miranda autorizou a empresa holandesa WFC a receber a parte do jogador na transação: US$ 940 mil. Deste total, o atleta se compromete, por escrito, a pagar US$ 300 mil à empresa uruguaia Dewirey Corporation S. A., de propriedade do agente Logbi Franck Henouda.
26/JULHO/2001 O Vasco informou ter recebido US$ 2 milhões pela venda de Paulo Miranda, depositados no HSBC do Mercado São Sebastião-RJ, e registrou na CBF a negociação com o Bordeaux, citando apenas a holandesa WFC como intermediária.
27/JULHO/2001 O agente de jogadores Logbi Franck Henouda enviou uma carta à holandesa WFC, orientando a mesma a depositar outros US$ 2 milhões no Chase Manhattan de Nova York, em nome da Dewirey Corporation (de sua propriedade), e de lá transferir para o Banco de Montevidéu, cidade onde a Dewirey tem sede. E depositar o restante do valor da operação na conta do First Union National Bank, em Nova York, em nome da Lespan S. A., envolvida em sonegação fiscal.
15/AGOSTO/2001 A Delwirey enviou uma outra carta, aos cuidados dos agentes Pitta e Martins, reclamando do atraso nos repasses para as contas citadas em 27 de julho de 2001. Este mesmo documento fala que a WFC já recebeu sua comissão (10% do valor overprice da transação, num total de US$ 600 mil) e o Vasco, US$ 1 milhão (e não US$ 2 milhões, como declarado à CBF). Fala também que o presidente do Vasco recebeu comissão da WFC.
15/SETEMBRO/2001 O valor cobrado é depositado nas contas citadas.
A venda do ex-jogador do Vasco Paulo Miranda à equipe francesa Girondins de Bordeaux, em 2001, pode ter envolvido a transferência ilegal de US$ 3,94 milhões, que teriam passado por bancos da Suíça, dos Estados Unidos e do Uruguai, segundo reportagem publicada na edição deste domingo do jornal \"O Globo\". De acordo com o diário carioca, os europeus pagaram US$ 5,94 milhões pelo jogador, mas o clube brasileiro declarou ter recebido US$ 2 milhões pela negociação.
A operação teria sido comandada pelo franco-argelino Logbi Henouda, mais conhecido como Franck Henouda. Por intermédio do agente, o Vasco teria dado uma procuração no dia 1º de julho de 2001 para a empresa holandesa WFC (World Football Corporation) negociar Paulo Miranda por US$ 1 milhão. Na época, Henouda seria membro do Conselho da organização, administrada por outros dois agentes, Reinaldo Pitta e Alexandre Martins, segundo \"O Globo\".
Após a negociação, Paulo Miranda teria autorizado a WFC a receber a sua parte na transação: US$ 940 mil. Desse total, o atleta pagaria US$ 300 mil à empresa uruguaia Dewirey Corporation S.A., de propriedade de Henouda.
Além dos US$ 2 milhões entregues ao Vasco, Henouda teria orientado a empresa a transferir outros US$ 2 milhões ao banco Chase Manhattan, de Nova York, em nome da Dewirey Corporation, e de lá transferir quantia para o Banco de Montevidéu, onde sua organização tem sede. O restante teria sido depositado na conta do First National Bank, em Nova York, em nome da Lespan S. A., envolvida em sonegação fiscal.
Segundo \"O Globo\", o negócio teria deixado de recolher o equivalente a US$ 709, 2 mil (18%) em impostos no Brasil e contrariado, também, o Código de Agentes e o Estatuto de Transferências da Fifa, que proíbe a participação de empresas e depósitos do clube comprador em conta de empresários.
O jornal teve acesso a diversos documentos que comprovariam essas denúncias e reproduziu diversos trechos em suas páginas. Henouda, no entanto, garante que um sócio com quem rompeu em 2003, Flávio Almeida, falsificou todos os papéis publicados na matéria.
- Flávio Almeida pegou meus papéis timbrados e fez uma colagem com uma assinatura minha de um outro documento. Ele só apresentou cópias e faxes, não mostrou nenhum original - diz Henouda ao GLOBOESPORTE.COM.
O empresário argelino diz que foi vítima de chantagem, e, por não ceder às exigências do sócio, está sendo caluniado na imprensa.
- Eu quis fechar a empresa que tenho com Flávio Almeida, me propondo a lhe pagar 1% dos lucros, que é o que ele tinha direito. Ele exigiu que eu desse US$ 1 milhão, o que eu não fiz e não vou fazer. Ele disse que ia sujar meu nome no Brasil, e é isso que ele está fazendo com esses documentos falsos.