Um empresário de 43 anos foi preso na noite de anteontem pelo Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado) acusado de espionagem industrial contra uma revendedora de artigos esportivos de São Caetano. Cezar Augusto do Nascimento Borel é suspeito de fingir-se de diretor da empresa para vender uniformes a um time de futebol angolano de maneira clandestina.
Segundo a polícia, Borel trabalhou na Champs, na Vila Nova Gerty, onde soube que a equipe Bravos de Maquis negociava camisas, shorts e agasalhos com a empresa, em um negócio que movimentaria R$ 250 mil.
O Deic informou que a fornecedora de artigos esportivos acabou não fechando o contrato. Porém, com as informações que obteve trabalhando para a Champs, Borel procurou os dirigentes do time e retomou a negociação, segundo a polícia, fazendo-se passar por diretor-geral da empresa.
Cartões de visitas com o falso cargo, o contrato com a equipe estrangeira e parte do material negociado com o time africano - que já havia sido feito por uma oficina de costura do Jaçanã, Zona Norte da Capital -, foram apreendidos. Além de notas fiscais que, segundo a polícia, são falsificadas em nome da Champs.
O suspeito é dono de uma firma de agenciamento de jogadores de futebol no Rio de Janeiro e foi preso em um hotel de Atibaia, na Grande São Paulo.
\"Agora vamos pedir a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Borel e de sua empresa. Vamos tentar recuperar o dinheiro levado dos dirigentes angolanos\", declarou o delegado José Roberto de Arruda, titular da DRCCF (Delegacia de Repressão a Crimes Contra Fé Pública), que autuou o empresário.
Conhecido no meio esportivos, Borel intermediou recentemente venda de artigos esportivos para o time carioca Vasco da Gama.