Dois casos tiveram sentença, mas recursos ainda estão pendentes de análise na Justiça.
O Vasco acumula dívidas com cinco ex-integrantes de comissões técnicas que recentemente deixaram o clube. Com ações na Justiça, algumas com sentenças proferidas, mas ainda pendentes de recursos, auxiliares e preparadores físicos cobraram R$ 1,6 milhão.
A falta de pagamento é uma realidade nos últimos anos em São Januário. Em dezembro do ano passado, quando da saída de Ricardo Sá Pinto, por exemplo, o ge mostrou que os últimos seis treinadores que passaram pela Colina não receberam tudo o que tinham direito. Jogadores do atual elenco e funcionários só tiveram a remuneração colocada em dia em maio passado após anos de atrasos.
Leomir, Thiago Kosloski, Flávio de Oliveira, Mauricio Copertino e Antonio Mello são os ex-integrantes de comissões técnicas com reclamatória na Justiça do Trabalho contra o Vasco. Todos trabalharam na gestão do ex-presidente Alexandre Campello, mas alguns só ingressaram com a ação após a posse de Jorge Salgado.
Procurado pelo ge, o Vasco emitiu o seguinte comunicado:
- O Vasco da Gama, na atual gestão do presidente Jorge Salgado, vem adotando melhores práticas de administração para evitar o aumento de seus passivos trabalhistas, além de negociar acordos passados, que estrangulam nosso fluxo financeiro.
Porém, em maio, portanto, na administração Salgado, o Vasco foi excluído do Ato Trabalhista, programa que centralizava cobranças de ex-funcionários. O clube recorreu da decisão.
Confira a situação de cada caso
Leomir
Auxiliar de Abel Braga, saiu do Vasco em 16 de março de 2020 - com o técnico. Entrou com ação em 31 de maio de 2021 na 65ª Vara do Trabalho do Rio, na qual pediu o pagamento de R$ 295.262,51. O valor, conforme relato dos advogados de Leomir, é referente a salários de fevereiro e março de 2020 não pagos bem como as demais verbas rescisórias, FGTS e multas. O Vasco ainda não se manifestou no processo, e uma audiência de conciliação foi marcada para 5 de outubro.
Thiago Kosloski
Auxiliar de Ramon Menezes, foi demitido em 8 de outubro de 2020 - o técnico e outros integrantes da CT também foram desligados. Thiago entrou com ação em 5 de abril de 2021 na 36ª Vara do Trabalho do Rio. Pediu R$ 217.976,64, valor que entende englobar direitos como 13º e férias proporcionais, salários de abril, setembro e outubro, FGTS, verbas rescisórias e multas. Após uma proposta de acordo não aceita pelo Vasco, o clube apresentou defesa. O caso está na fase de as partes decidirem se querem produzir prova oral.
Flávio de Oliveira
Preparador físico na comissão de Abel, também deixou o clube em 16 de março de 2020. Entrou com ação em 21 de setembro de 2020 na 19ª Vara do Trabalho do Rio. Pediu R$ 494.794,39, valor que alegou ter direito por salários atrasados (fevereiro e março de 2020), aviso prévio, 13º e férias proporcionais, FGTS, multas e dano moral (reivindicou R$ 60 mil). Audiência de conciliação não gerou acordo. Ao se manifestar, Vasco questionou os índices para calcular o valor da multa e defendeu que não cabia dano moral. Sentença foi proferida em 4 de março de 2021: dano moral foi negado, mas o clube foi condenado (juiz mandou calcular o valor). Vasco recorreu à segunda instância em 13 de abril e nenhuma nova decisão foi anunciada.
Maurício Copertino
Auxiliar de Vanderlei Luxemburgo, deixou o clube para se transferir ao Palmeiras no final de 2019. Entrou com ação em 25 de agosto de 2020 na 72ª vara do trabalho do Rio. Referente à primeira passagem, pediu R$ 277,383.30, valor que alegou ter direito em salários não pagos, verbas rescisórias, FGTS não recolhido e multa e honorários advocatícios. Audiência de conciliação não gerou acordo, e o caso aguarda sentença. Na segunda passagem, entre o final de 2020 e começo de 2021, recebeu o que tinha direito.
Antonio Mello
Preparador físico de Vanderlei Luxemburgo, deixou o clube para se transferir ao Palmeiras no final de 2019. Entrou com ação em 14 de agosto de 2020 na 35ª Vara do Trabalho do Rio. Referente à primeira passagem pelo clube, pediu R$ 329.999,03, valor que alegou ter direito em verbas rescisórias, salário do mês de novembro de 2019, saldo de salário dos 26 dias trabalhados em dezembro, 13º e férias proporcionais. Na audiência de conciliação, Mello abriu mão do aviso prévio e da multa de 40%. Não houve acordo. Em sentença proferida em 11 de dezembro de 2020, o Vasco foi condenado a pagar R$ 265 mil. As partes recorreram da decisão, mas por ora não há qualquer definição. Na segunda passagem, entre o final de 2020 e começo de 2021, recebeu o que tinha direito.