Maricá não se calou depois da revelação, na quarta-feira, de que o prefeito do Rio, Eduardo Paes, fez comentários pejorativos a respeito do município em conversa com o ex-presidente Lula. Aos 36 anos, o ex-lateral-direito do Vasco, hoje empresário, reagiu com indignação em defesa da cidade:
— Ele mostrou a sua verdadeira face. Se fala assim de Maricá, fala assim também de outros lugares. Ele foi muito mal. Você vê que o Lula não fala nada, ele também não acha graça.
Sérgio Silva Souza Júnior carrega o nome da cidade como apelido desde que chegou ao Vasco para treinar, aos 9 anos. Cresceu e teve a chance de pedir para ser chamado de maneira diferente, e não quis. Não tinha por que ter vergonha de onde veio:
— Maricá é uma cidade ótima, tem praia, lagoa, pessoas de bem. Eu amo minha cidade. Para mim, o Paes está muito mal informado.
Ele não volta para casa faz um ano. Há 13 que ele mora em Florianópolis, cidade onde conheceu sua mulher, casou-se e fixou residência, ainda nos tempos de atleta. Hoje é dono de campos de futebol soçaite e dá aulas para crianças. Sonha voltar para a terra natal no futuro para investir no esporte local.
Enquanto isso não acontece, lembra do passado. Os gritos agudos de Antônio Lopes, técnico do Vasco na época, fizeram história: ecoavam no Maracanã em 1997, ano em que virou profissional e logo foi campeão brasileiro.
Na memorável goleada sobre o Flamengo, por 4 a 1, foi quem fechou o placar depois de três gols de Edmundo. Inesquecível.
— O Lopes me ajudou muito. Eu ia ao ataque e tinha que marcar. Ele logo gritava: “Volta, Maricá!” — lembrou, aos risos.