Na noite de sábado, Ramon viveu sua primeira experiência como treinador. Atualmente auxiliar do Joinville, ele precisou atuar na beira do campo durante a partida contra o Metropolitano, pela Copa Santa Catarina, por causa da expulsão do titular, Sergio Ramirez. Neste domingo, entretanto, será dia de reencontro com o Vasco, já na função de torcedor. O ex-meia, integrante da geração mais vitoriosa da história do clube, vai acompanhar na Arena Joinville a partida que vale a luta contra o rebaixamento, contra o Atlético-PR.
Com uma longa lista de serviços prestados com a camisa do Vasco, Ramon, hoje com 41 anos, confessa que pretende dar continuidade a ela, agora fora das quatro linhas. Estudando para tornar-se treinador, ele fala do desejo de um dia retornar a São Januário nessa nova função, mas garante que não existe pressa.
- Seria a realização de um sonho poder treinar o Vasco. Mas vou fazer tudo com minha calma. Tenho que me preparar, então estou fazendo cursos e estudando muito. Claro que os 23 anos como jogador profissional me dão uma bagagem, mas experiência que venho tendo do lado de fora do campo tem sido muito legal e prazerosa - afirmou.
Ramon parou de jogar no início de 2013, depois de disputar o primeiro turno da Série B do Campeonato Carioca pela Cabofriense. Pouco depois, recebeu o convite para fazer parte da comissão técnica do Joinville, clube que defendeu por dois anos e pelo qual foi campeão brasileiro da Série C em 2011.
- Quando eu jogava, nunca escondi de ninguém que tinha o objetivo de ser treinador. Então comecei a estudar. Sempre fui um cara muito profissional, e nesse outro lado é a mesma coisa. Mas é completamente diferente. O cansaço psicológico é até muito maior do que o físico, porque é preciso pensar no adversário, nos jogadores e no esquema tático. Mas estou muito satisfeito e confiante - ressaltou.
Neste domingo, entretanto, Ramon não será treinador e nem mesmo ex-jogador. Vai adotar a postura de torcedor do Vasco, clube pelo qual conquistou quatro títulos - entre eles uma Libertadores e um Brasileiro. Ele confessa seu nervosismo quanto à possibilidade de rebaixamento, mas garante confiar num bom resultado do time de Adilson Batista em Joinville.
- Estou apreensivo, como toda a torcida, mas acredito muito que o Vasco possa fazer uma grande partida e sair dessa situação. Vou estar no jogo para ver as pessoas de que gosto e desejar sorte. Acho que a Arena Joinville será mais favorável ao Vasco, apesar de estar perto de Curitiba. Aqui há muitos vascaínos, que vão apoiar a equipe - previu.
Acostumado com um Vasco que disputa as primeiras posições das competições, realidade dos seus tempos de jogador, Ramon lamentou a atual situação do clube. Mesmo assim, mostrou otimismo quanto ao futuro.
- Vejo isso com tristeza, porque o Vasco, pelo que representa no futebol, é para brigar por títulos. Mas num campeonato equilibrado às vezes sobra para os grandes, e nos últimos anos infelizmente tem sobrado para o Vasco. O importante é haver um planejamento forte, o que envolve diretoria, comissão técnica e jogadores. Infelizmente quem perde são clube e torcida, que apoia sempre que é preciso. Torço para que o Vasco saia dessa situação e volte em breve a ser forte.