Com a saída de Marrony, Martín Benítez está cotado para assumir a titularidade no Vasco. O meia argentino, que completou 26 anos na última quarta-feira, vem sendo testado na equipe pelo técnico Ramon e, ao que tudo indica, vai fazer contra o Macaé, domingo, em São Januário, o seu primeiro jogo como titular desde que chegou ao clube.
Antes da pandemia, Benítez disputou apenas dois jogos (Goiás e Fluminense) com a camisa vascaína, ambos saindo do banco de reservas e com o time perdendo por 1 a 0. O meia não conseguiu mudar o panorama das partidas. Agora, estando em campo desde o início, a tendência é de que o argentino consiga desempenhar um melhor papel.
Apesar de ser um desconhecido para a maiorida dos torcedores, Martín Benítez é cercado por uma expectativa positiva. O seu cartão de visitas é o título da Copa Sul-Americana de 2017, conquistado sobre o Flamengo, pelo Independiente. O meia foi peça importante, principalmente no primeiro jogo da decisão, quando deu a assistência para o gol de Gigliotti, o primeiro da equipe que acabou vencendo de virada por 2 a 1, na Argentina.
Na busca do melhor entendimento sobre o jogo de Benítez, o Esporte News Mundo entrevistou Ariel Holan, atualmente técnico do Universidad Católica, mas que comandou o jogador no Independiente, de março de 2017 até maio de 2019, o utilizando em 84 jogos, 58 deles como titular. Para o treinador, o meia se sente mais à vontade jogando pelo lado esquerdo.
— Ele se sentiu muito confortável jogando livre, atrás do centroavante, driblando e abrindo a defesa rival. Especialmente da esquerda para a direita para armar e chutar ao gol. Ele também jogou do lado esquerdo com liberdade para receber a bola nas costas dos volantes rivais. Nessas posições ele foi muito importante em muitos jogos.
O problema é que pelo lado esquerdo joga Talles Magno, titular absoluto e principal jogador da equipe. Por isso, a tendência é que Martín Benítez seja esalado pelo lado direito, trocando de posição com Bruno César, caso se confirme a escalação. Para Ariel Holan, o argentino também pode render bem nessa função.
— O Benítez já jogou pela direita em alguns jogos. Quando atuou nesse papel, teve a liberdade de se mover e não precisou ficar preso a lateral do campo. Embora não fosse o lugar ideal, ele se saiu bem.
VAI BRILHAR
Emprestado até o fim do ano pelo Independiente, o meia vai precisar mostrar bastante serviço para permanecer no Vasco. Isso porque o clube tem uma opção de compra de 60% dos direitos econômicos do jogador, por US$ 4 milhões (R$ 21,5 milhões na cotação atual). Na avaliação de Ariel Holan, Benítez possui muitas características interessantes e crê no sucesso do pupilo no futebol brasileiro.
— Habilidade, velocidade e finalização de média distância são suas principais características. Ao sentir-se confiante e valorizado, ele alcança o melhor nível. Tem tudo para ter sucesso e continuar a crescer em sua carreira. É também um ótimo companheiro e um grande ser humano.
Ariel Holan relembrou a conquista da Copa Sul-Americana sobre o Flamengo e a importância de Martín Benítez na decisão no Maracanã.
— Foi uma noite inesquecível, porque jogamos um grande jogo. Fomos muito bem com a bola, atacando com momentos extraordinários, mas também sem a bola, já que defendemos com muito amor e conceito. Foi maravilhoso principalmente por se tratar de um grande rival ,em um estádio mítico, como é o Maracanã. Infelizmente o Martín teve um problema físico no meio do primeiro tempo e teve que ser substituído, mas ele estava indo muito bem como seus companheiros de equipe.
TRABALHAR NO BRASIL
O nome de Ariel Holan chegou a ser especulado no futebol brasileiro. No ano passado, o vice-presidente do Fluminense, Celso Barros, admitiu que chegou a conversar com o treinador, mas a negociação não evoluiu. Holan se mostrou empolgado com a possibilidade de um dia trabalhar no Brasil, mas afirmou estar feliz no futebol chileno.
— Houve sim conversas com algumas equipes. É claro que dirigir um clube, em um futebol tão importante no nível sul-americano e internacional quanto o brasileiro, seria um orgulho. Hoje estou muito confortável no Chile, mas é claro que trabalhar no Brasil seria um grande desafio para minha carreira.