Com apenas 23 anos, Matheus Jussa coleciona passagens por times tradicionais do futebol brasileiro. Algo que pode ser motivo de orgulho para alguns jogadores, mas foi não bem assim para o volante.
Criado em uma família humilde de Osasco, Matheus deixou seus pais e se transferiu à capital paulista para iniciar sua história pela Portuguesa. Apontado como uma das principais revelações da Lusa na época, o volante antes mesmo de completar a maioridade assinou seu primeiro contrato profissional e integrou o elenco para a disputa da Série B em 2014, que contava com nomes conhecidos, como Henrique Dourado, Marcos Assunção, Jean Mota, Régis, entre outros.
– Aos 14 anos, comecei na base da Portuguesa e quando completei 17 anos assinei meu primeiro contrato profissional, subi para disputar a Série B, que foi uma baita experiência para o início da minha carreira – disse Matheus.
Mesmo com o rebaixamento da Portuguesa naquele ano à Série C do Brasileiro, Matheus Jussa chamou atenção do Vasco, que fechou um contrato por três temporadas. Ali começaria o momento mais difícil da carreira, segundo o volante.
Acostumado com a pressão e o estilo de uma competição profissional, Matheus precisou descer um degrau e foi integrado ao elenco sub-20 do Vasco. No seu último ano de base, o volante acabou se contundindo, mas uma conversa com o técnico Jorginho embalou a recuperação do jogador.
"Fui contratado numa expectativa muito boa de me profissionalizar, mas fui direto ao sub-20", disse Matheus.
– Estava no meu último ano e me machuquei, fiquei quatro meses parado. Antes da minha lesão, o Jorginho me pediu para acelerar o tratamento e estava tentando de todos os lados agilizar o processo para ter realmente uma vaga no profissional – completou.
E com a saída de Jorginho, o novo comandante Cristóvão Borges mudou os planos para a temporada de 2017 do Vasco. Com isso, Matheus Jussa acabou perdendo o espaço. Inclusive, foi proibido de treinar com o restante do elenco e ficou sete meses fazendo apenas academia no clube.
– Ele [Jorginho] acabou saindo, e não consegui ter a oportunidade para mostrar meu futebol. Fiquei no clube sem aquele respaldo e confiança. O técnico depositando as fichas no jogador, o cara vai se sentir motivado, mas quando não tem esse feedback fica difícil. Fiquei chateado com o clube, mas não guardo magoas do Vasco – comentou.
"Nunca treinei com eles [profissionais]. Foi o momento mais difícil da minha vida. Eu tinha tudo, mas não tinha nada. Eu não existia para eles", explicou.
Retomada na carreira
Após um acordo entre os empresários e a diretoria do Vasco, Matheus conseguiu ter seu contrato rescindido e foi anunciado pelo Botafogo-SP. Na sequência, optou em aceitar a proposta do São Bernardo e ficou duas temporadas no clube do ABC. Ao todo, o volante disputou 26 jogos com a camisa do Tigre.
– Meus empresários entraram em contato com o Vasco e rolou um acordo para que eu pudesse se transferir ao São Bernardo sem custo – explica.
Há três meses, Matheus acredita estar vivendo o melhor momento da sua carreira. O Oeste acompanhou seu desempenho durante a Série A2 do Campeonato Paulista e o contratando. Não demorou para cair nas graças do técnico Renan Freitas. Nas últimas quatro rodadas, o volante desbancou os experientes Betinho e Lídio e se tornou titular absoluto do Rubrão.
– Vivo um bom momento na minha carreira. Levo isso para a vida. Sempre trabalho para mim, nunca faço meu trabalho pensando no técnico, diretoria ou presidente. Preciso continuar me mantendo bem e com isso vou me destacando. Mesmo com o Lídio e o Betinho no banco é um bom estudo para os mais jovens e nos treinamentos vamos aprendendo com esses caras mais experientes – finalizou.
O Oeste entra em campo pela 23ª rodada da Série B no próximo sábado, às 19h, contra o Cuiabá, na Arena Pantanal. O GloboEsporte.com acompanha a partida em Tempo Real, com vídeos dos principais lances.