Os 49 gols marcados por Muriqui com a camisa do Guangzhou Evergrande fazem do atacante o maior artilheiro do clube chinês na era profissional (desde 1994), feito atingido na última semana. Pelo bom desempenho, parte da imprensa local já até o pediu na seleção do país, solicitação reforçada nos últimos dias pelo ex-jogador Li Yi, com passagem pelo selecionado chinês entre 2001 e 2006.
Ainda que por ora a chance gire no campo das especulações, uma convocação para a seleção chinesa é vista com bons olhos por Muriqui, que passou por Vasco e Atlético-MG antes de chegar à China.
- É legal esse reconhecimento e acho a possibilidade interessante. Escuto por alto essa chance de jogar pela seleção chinesa, mas tem que ver por conta da questão burocrática garante o jogador de 26 anos, que chegou à China em 2010 e se tornou o maior artilheiro do time após o gol marcado na Liga dos Campeões da Ásia, contra o Urawa Reds na última terça, ficando um à frente do hondurenho Luis Ramírez, o segundo na lista.
A grande barreira é a questão da legislação do país asiático. Segundo Muriqui, o processo é o seguinte: na China, o profissional precisa exercer sua profissão durante cinco anos para ganhar a dupla cidadania; feito isso, o governo pede mais três anos até que o jogador esteja apto a defender a seleção local. Ou seja, é necessário um período total de oito anos para poder ser convocado. Muriqui está próximo de completar três. Mas por lá o lobby cresce para a legislação ser afrouxada.
- Pelas regras atuais, eu teria que jogar mais cinco anos antes de poder ser convocado. Por isso, acho difícil. No futuro, se mudar
acrescentou o ex-vascaíno, já sondado pelo Guangzhou para se naturalizar.
Muriqui tem contrato até o meio de 2016 com o atual bicampeão chinês. Prestes a ter o primeiro filho, ele não tem interesse em deixar a China e pretende cumprir o acordo. A qualidade de vida em Guangzhou faz a diferença e, por isso, o interesse em criar o filho por lá.
- Amo o Brasil, mas aqui tenho qualidade de vida por preço baixo. Tenho segurança, meu filho vai nascer aqui. Penso no bem estar da minha família. Hoje, não penso em voltar ao Brasil. Trabalho sem preocupações e passo o tempo com a família.
Cariocas na China
No Guangzhou, o ex-vascaíno Muriqui joga ao lado de outros dois velhos conhecidos do público carioca: o ex-botafoguense Elkeson e o ex-tricolor Conca, que também teve passagem de destaque pela Colina. Só que a passagem do argentino, na China desde 2011, não deve se prolongar muito mais na equipe asiática.
- O Conca tem contrato aqui até o fim de 2013 e, no meio do ano, está livre para assinar com qualquer time. A tendência é que volte ao Brasil, só não sei se será para o Fluminense. Ele tem um mercado grande diz Muriqui.
Além do trio, o Guangzhou ainda tem outro sul-americano no elenco: o paraguaio Lucas Barrios. Convívio que $para aliviar um pouco a saudade da terra natal.
- A relação com eles é boa. O Elkeson ainda está se adaptando ao clube e ao país. Também me identifico com o Conca e o Lucas. Todo mundo se respeita muito, sem vaidade. Como estamos longe de casa, um ajuda o outro.
Na terça, Muriqui fez o seu gol na vitória por 3 a 0 sobre o Urawa Reds, do Japão, na estreia da Liga dos Campeões da Ásia, torneio que dá vaga para o Mundial de Clubes. O gol fez dele o maior artilheiro do Guangzhou na era moderna.