A prática do garimpo, num sotaque bem hermano, é uma "excavación de oro" para "pulir una piedra preciosa". Nos últimos anos, os clubes brasileiros bem que tentam encontrar um diamante, uma pepita nos países vizinhos da América do Sul. Sai mais barato apostar nos jovens candidatos a craque do que contratar medalhões. E o mercado sul-americano é sempre bom para compensar carências em algumas posições. A estratégia cresceu de uns tempos para cá. Os resultados, no entanto, ainda não renderam Concas, D'Alessandros, Montillos. Estourar que é bom mesmo nenhum estourou. Como são jovens, há chances. No meio de tantos nomes - Maxi Rodriguez, Alan Ruiz, Canavesio, Lucas Mugni, Montoya, Cañete e Lucas Olaza -, sopros de esperança surgem.
A aposta mais recente é do Inter, que contratou o atacante argentino Luque, de 21 anos. O ex-jogador do Colón foi apresentado nesta quarta-feira e ficou surpreso com a recepção da torcida colorada no aeroporto. O rival Grêmio vem colhendo frutos com o compatriota Alan Ruiz, um ano mais novo. Neste Brasileiro, ele foi eleito o craque da primeira rodada pelo GloboEsporte.com (assista ao vídeo acima), graças a boas jogadas e um gol sobre Victor, do Atlético-MG.
Esse é o grande sonho dos clubes: descobrir um gringo bom de bola antes de ele se tornar estrela a preços exorbitantes. D'Ale, por exemplo, chegou ao Inter por US$ 7 milhões (RS 15,5 milhões) e hoje tem salários de US$ 700 mil (R$ 1,5 milhão). Scocco, que nem certo deu no Colorado, chegou por US$ 4 milhões (R$ 8,8 milhões) e faturava salário de R$ 400 mil. Alan Ruiz chegou emprestado por R$ 1,2 milhão. O valor de Maxi e os salários dos dois não são divulgados, mas não passam da metade dos medalhões. E há quem tente a descoberta do bom, bonito e barato já nas categorias de base, como o Fluminense.
São três candidatos no time de juniores, e a Maquininha tricolor ganha ares europeus: o goleiro húngaro Daniel Kovacs (20 anos) e o lateral-direito italiano Mirko Di Pierro (19) se juntam ao uruguaio Bryan Olivera (20).
- Cada jogador tem o seu tempo de maturação, amadurecimento. Isso vale não só para os nossos, mas também para os de fora. A gente está buscando, mas é aquilo... O garimpo, para você achar aquela pepita, demora. Então você vai, observa, observa, até achar. E às vezes encontra e não tem aquela paciência. A gente conhecia o Alan Ruiz, o Maxi Rodriguez e o Cañete já há muito tempo. Acompanhei o Sul-Americano sub-15 em 2011. Ali havia jovens que iam vingar. De repente ainda vão demorar um pouquinho. Não dá para dizer que não deram certo. Ainda podem dar - afirmou Fernando Simone, coordenador da base do Flu, que vai a excursões e observa promessas.
Há alguns anos, Fernando Simone se impressionou com Alan Ruiz. Mas o meia foi para outro Tricolor, o Grêmio, emprestado pelo San Lorenzo por R$ 1,2 milhão com opção de compra após queda de braço com o Flamengo no começo do ano. Cobiçado antes por Inter de Milão e Benfica, ele fica em Porto Alegre até o fim da temporada. Alto, habilidoso e presença constante na seleção sub-20 da Argentina, apesar de ainda não ser titular no time gaúcho, cresce de rendimento num clube que apostou também no zagueiro Canavesio, outro argentino de 20 anos. Com 1,90m, atuava recentemente nos juniores. Antes dos dois argentinos, a chance foi do meia uruguaio Maxi Rodriguez, hoje com 23. Ele permanece no elenco, mas chegou a ir para o fim da fila após um começo promissor em 2013. Na quarta-feira passada, fez um golaço sobre o Botafogo - clube com o qual quase foi negociado - e contribuiu para a vitória por 2 a 1.
"Paciência"
A maioria tem um ponto em comum para a instabilidade no rendimento: a saudade da família. É o caso de Lucas Mugni. Com atuações irregulares desde que chegou à Gávea, o argentino, camisa 10 do Flamengo, queixava-se de em casa não ter com quem conversar sobre o jogo, sobre o treino. A chegada dos pais o fez melhorar um pouco e se destacar na vitória sobre o Palmeiras por 4 a 2. Mas depois o jovem de 22 anos voltou a ter atuações longe do que espera a torcida rubro-negra, como nas partidas contra o Fluminense e o São Paulo.
- É preciso ter paciência. Quando um brasileiro vai para a Europa, às vezes demora um ano ou mais para se adaptar ao país. É o mesmo caso de sul-americanos no Brasil. Aqui, o cara joga duas partidas e já querem mandar embora, não serve. O Mugni e todos os outros estão em fase de adaptação, são jovens, sentem falta da família, têm tudo isso. Até a preparação física é diferente. Depois que vem a família, melhora muito - afirmou Paulo Pelaipe, demitido do cargo de diretor de futebol do Flamengo e principal responsável pela contratação do hermano.
Outro especialista na contratação de estrangeiros mais jovens é o coordenador de base do Grêmio, Junior Chávare. O dirigente explica: além de custarem menos que os medalhões, atraem mais o interesse de parceiros e chegam para suprir posições carentes no futebol brasileiro.
- Hoje em dia os clubes não contratam mais sozinhos os jogadores. Precisam de parcerias com fundos de investidores. E esses fundos preferem investir nos garotos, que podem dar mais retorno no futuro. O Canavesio veio de graça para o Grêmio, que ainda tem 60% dos direitos do jogador, numa parceria assim. Temos uma vitrine diferenciada chamada Brasil, e nosso clube é um dos precursores nisso.
Precursor também é o Fluminense em trazer jogadores ainda para a base. Além das apostas no goleiro Daniel Kovacs, no lateral Mirko di Pierro e no meia-atacante Bryan Olivera, o clube tem o volante argentino Leonel, que ainda não se sabe se fica, e o atacante americano Alfred Koroma, no Brasil apenas para intercâmbio. As operações não têm custos para o Tricolor, tampouco presença de fundos de investimentos. Há uma parceria com o clube detentor dos direitos do jogador. Caso deem certo, com a visibilidade do Fluminense, os garotos, no futuro, serão negociados por um bom preço, e o clube carioca pode fazer a divisão, que vai de 80% do valor para o Flu e 20% para o dono dos direitos federativos ou até meio a meio.
Trio gremista
Esse olho clínico na molecada de fora é valorizado também no Grêmio. Com experiência no Juventus, da Itália, quando coordenava o campo de observação de jogadores da América do Sul, Junior Chávare tem trabalho de sobra. Pouco mais de três mil atletas do clube, brasileiros ou não, são monitorados mensalmente. Europeus, asiáticos e africanos já fizeram testes, numa idade de 17 para 18 anos. Mas há quem chegue um pouco mais velho e até rodado. Agora, a vez é de Alan Ruiz e Maxi Rodriguez, em posições carentes de talentos no futebol brasileiro.
- Alan é um jovem talento para a posição, jogador de muito potencial. Meia clássico, canhoto, daqueles que anteveem a jogada. Tem bom porte físico, é bem preparado, lembra um pouco o Diego Souza no estilo, no jeito. Dá a impressão de ser lento, mas não é. Quando dá uma arrancada, a lentidão some. Mas é muito jovem. Tem que se ter paciência. Chegou aqui ano passado no sub-20. No Grêmio, não temos medo de lançar esses jogadores, nossa política é de aproveitamento - afirmou Chávare.
Ano passado, quem estava com a bola mais cheia do que a de Alan Ruiz era Maximiliano Rodriguez. O meia uruguaio, então com 22 anos, chegou como grande esperança do Montevideo Wanderers. Contratado em maio - o Grêmio comprou 85% dos direitos federativos e assinou um contrato de quatro anos -, Maxi Rodriguez teve boas atuações, como a na vitória por 2 a 1 sobre o Flamengo, também pelo Brasileirão de 2013, em que marcou os dois gols.
Apesar de ter se tornado o xodó da torcida e muitas vezes ver seu nome gritado na Arena Grêmio, ficou em desvantagem no elenco devido ao número excessivo de estrangeiros - no time, além de Barcos e Riveros, havia o chileno Vargas. Foi para o fim da fila, e este ano ganhou a primeira boa chance ao entrar no lugar de Luan contra o San Lorenzo, pelas oitavas de final da Libertadores. Maxi foi bem, mas perdeu um dos pênaltis nas cobranças que eliminaram o time gaúcho da competição. Agora, renasce com o gol da vitória sobre o Botafogo.
- Mesmo quando não estava vivendo seu melhor momento no clube, não o vi abalado. Acho que tanto ele quanto o Alan estão criando anticorpos para os momentos difíceis. Foi uma pena não ter podido enfrentar o San Lorenzo, por exigência do contrato. E acredito muito no Maxi. É um grande jogador que está se tornando um grande atleta, fisicamente falando. Chegou aqui com deficiências, e estamos fazendo um trabalho ótimo com ele. Ano passado, começou bem, viveu um momento mágico, mas acabou prejudicado pelo excesso de estrangeiros no time. Tem muito potencial, precisamos de um pouco de paciência e dar-lhe oportunidade.
Numa comparação entre os dois meias, o coordenador de base do Grêmio vê o argentino mais extrovertido fora de campo, e o uruguaio, mais leve no gramado. Vislumbra a possibilidade de os dois até poderem atuar juntos na armação das jogadas. E avisa: o investimento a longo prazo é no zagueiro canhoto Canavesio. Foi contratado como aposta para atuar até nas divisões de base do Grêmio. Cria do modesto All Boys, chegou a ser cedido ao Parma, da Itália, mas retornou à Argentina por não ter conseguido o passaporte comunitário.
Lucas Mugni
Se o Grêmio espera resultados a longo prazo com Canavesio, o Flamengo sonhava com o argentino Lucas Mugni resolvendo de vez o problema da camisa 10. Contratado no começo do ano para assumir aos poucos o lugar de Carlos Eduardo, o meia de 22 anos, com boa técnica, estilo cadenciado, ainda não se firmou. Revelado pelo Colón, atuou no selecionado sub-17 argentino. Pretendido pelo Atlético-PR, parou na Gávea, negociado por US$ 1,2 milhão (R$ 2,95 milhões), e assinou contrato de quatro anos. Fez algumas boas partidas pelo Carioca, foi bem na vitória sobre o Palmeiras por 4 a 2, mas voltou a atuar mal no Fla-Flu. E reconhece: passou por algumas dificuldades para se adaptar.
- A maior diferença para o futebol argentino é que aqui no Brasil a gente joga quarta e domingo. Lá é só nos fins de semana. Por isso, o jogador tem que ser mais bem preparado fisicamente. Precisava também de três, quatro partidas para começar jogando. Agora me sinto mais ligado. Sei que a torcida do Flamengo é a maior, o clube é grande. Conheço o peso de vestir a camisa 10. Mas não tem problema a torcida me cobrar. Sou um cara que trabalha sério. E acho que ela entendeu, viu que veio um jogador que quer ajudar o time. Mas não tenho que jogar para o torcedor, tenho que jogar para o time. Jogando para o time a torcida vai gostar também. Muitos chegam e dizem "o Flamengo é minha vida". Não posso fazer nada sozinho - disse Mugni.
Montoya, Olaza e Cañete
O colombiano Santiago Montoya Muñoz também teve sua chegada ao Brasil cercada de expectativa. Comprado pelo Vasco em junho de 2013, por US$ 1,5 milhão (R$ 3,3 milhões), com a ajuda de dois grupos de investidores, o meia-atacante de 22 anos - cria do Nacional de Medelim - era um dos destaques do All Boys, da Argentina. A torcida o chamava simplesmente de "Monstroya". Depois de 70 dias treinando por causa de problemas na sua inscrição, estreou pelo Cruz-Maltino no empate com o Santos, na Vila Belmiro. O primeiro gol saiu este ano, contra o Friburguense, pelo estadual. Aliás, foi o nome do jogo em São Januário na goleada de 6 a 0. Perdeu espaço, mas na oitava rodada da Série B voltou a deixar sua marca: foi dele o gol no empate em 1 a 1 contra o Bragantino nesta terça-feira. Para René Simões, ex-diretor de futebol do Vasco, o colombiano tem tudo para dar certo no futebol brasileiro. Não foi o dirigente quem acertou a contratação do jogador, mas tinha visto algumas partidas e ficou muito satisfeito.
- Eu não o contratei, mas o contrataria se ainda estivesse no clube. Vi o jogador e gostei. É técnico, rápido, ocupa bem os espaços. E joga numa posição muito carente no futebol brasileiro. É só ver a lista de estrangeiros no setor: Montillo, D'Alessandro, Mugni, Alan Ruiz, Maxi Rodriguez. Faltam talentos para ser o 8 e o 10. No caso dele e de outros jovens que vieram para o futebol brasileiro, há uma oscilação nessa idade.
O uruguaio Lucas Olaza, 19 anos, também busca espaço sem sucesso. Foi contratado pelo Atlético-PR depois de temporada boa no Apertura do Uruguai. Destaque do River Plate, o lateral-esquerdo considerado eficiente na marcação e perigoso no apoio marcou seis gols e foi o terceiro artilheiro da competição. Mas, no Furacão, Olaza quase não atuou. Contratado como reforço para a Libertadores, sequer entrou em campo. Natanael, o titular, lhe dá poucas chances. Além disso, Olaza confessa ter tido problemas de adaptação.
- O futebol uruguaio é diferente. A marcação é mais forte. No começo senti um pouco de dificuldade e falta da minha família. Agora, meus pais estão aqui. O clima de Curitiba é bem parecido com o do meu país. A cidade é bonita, tranquila. Só gostaria de ter jogado mais. Mas não fiquei frustrado por não ter entrado na Libertadores. O Natanael é muito bom jogador e ótima pessoa. Tenho que continuar trabalhando forte para ter chance - afirmou o jovem, que tem contrato por um ano e quer ficar.
Agora com 24 anos, Marcelo Cañete, de todos, é o que está há mais tempo no futebol brasileiro e não consegue engrenar. Chegou ao São Paulo em junho de 2011, com 21 anos. Cria do Boca Juniors, apontado como "o novo Riquelme", com passagem pelo Universidad Católica para jogar o Campeonato Chileno e a Libertadores, teve várias lesões.
Em 2012, submeteu-se a uma cirurgia no joelho. Começou bem em 2013 e era elogiado pelo então treinador, Ney Franco. Mas o time foi eliminado do Paulistão e da Libertadores. Emprestado para a Portuguesa, foi devolvido no começo de dezembro - dores no púbis o impediram de jogar. Cañete queria chance em 2014, e Muricy chegou a testá-lo em alguns treinos. Mas hoje o meia canhoto treina à parte no CT de Cotia.
Garotada do Flu
Há quem prefira apostar em jovens com idade ainda para atuar nas divisões de base. O coordenador Fernando Simone vê o mercado interno saturado e por isso acha que o Fluminense faz muito bem em expandir a observação além das fronteiras.
- Quando você traz um garoto desses, paga bem menos e vê se ele vai vingar. Então, vira um produto que vai valorizar e valer esportivamente, que é o primeiro objetivo, e depois, no segundo momento, financeiramente, será mais interessante do que trazer o jogador que já vingou no San Lorenzo, no River, no Boca Juniors. Você vê, na Libertadores, já apareceram vários jogadores. Flamengo, Fluminense, Cruzeiro se interessaram. Vai ser um outro preço. Há dois anos o Flamengo trouxe o Cáceres, o González, que apareceram quando jogaram contra ele. Teve o Montillo, que era do Universidad de Chile. Fez aquele golaço no Flamengo, veio, é outro custo. Se a gente consegue isso lá embaixo, o custo é muito menor.
A maior aposta é no meia-atacante uruguaio Bryan Olivera, 20 anos. Filho do ex-atacante uruguaio Washington Olivera, que atuou na seleção uruguaia e no Vasco nos anos 1970, tem virtudes que encantam não só Fernando Simone como o técnico dos juniores Marcelo Veiga.
- É um meio-campo criativo, atua em várias posições, gostei mais dele na meia, de 10. Canhoto clássico, joga de frente para o gol, dá bons chutes de fora da área. Mas pode jogar de meia mais recuado ou de atacante pela lateral. Além disso, é raçudo, contagia o time - disse o treinador.
Com contrato de três anos com o Flu, Bryan Olivera, que tem sido titular, vive com os outros estrangeiros nas instalações do CT de Xerém. Ex-Deportivo Maldonado, da segunda divisão uruguaia, e Genoa, da Itália, retornou ao seu país para jogar no Defensor quando o Fluminense o descobriu em dezembro de 2013. Depois de se adaptar ao calor e aos novos colegas de clube, o jovem, irmão de dois ex-jogadores (Fabian Olivera e Alejandro Olivera), vê com bons olhos seu futuro no Rio de Janeiro.
- O futebol brasileiro é bom para mim. Estou me sentindo em casa. Não tenho problema em trocar de posição. Na frente, posso atuar na esquerda, direita, centralizado. Jogo mais centralizado, com a 10. Aqui tem muitos meias dando certo. Conca, Montillo, D'Alessandro. Tenho jogo vertical, para frente. Gosto muito de dar assistência e chutar. Procuro treinar bastante cobranças de falta. Meu jeito de jogar é parecido com o do brasileiro. Acho que encaixei bem. Estou contente, feliz. Gosto da alegria que tem aqui. Tenho mais liberdade de criar, gosto muito disso.
Quem também gostou da mudança de ares foi o goleiro húngaro Daniel Kovacs. Aos 20 anos, com 1,90m, chamou atenção numa excursão dos juniores do Flu à Hungria. E olha que o Tricolor venceu o amistoso por 4 a 1. Mesmo assim, sua atuação foi considerada boa. Fernando Simone acha que ele pode se destacar com as características comuns aos goleiros do Velho Continente de sair bem do gol e ser eficiente com os pés e na reposição de bola. No Brasil desde junho de 2013, Kovacs, que teve infância humilde, é o irmão do meio apaixonado pela bola e abriu mão da música - o mais velho é baterista e o mais novo, pianista. Acostumado a temperaturas de 15 graus abaixo de zero, estranhou o calor brasileiro, mas teve facilidade em aprender o português (assista no vídeo acima ao goleiro e ao lateral italiano falando bem o idioma).
- Aqui o jogo é mais rápido, tem mais pressão, não pode tomar gol nunca. Os goleiros têm técnica diferente das dos europeus. Acho que melhorei mais minha técnica. Mas minha maior virtude é a liderança - disse o fã de Oliver Kahn, que recebe conselhos de Diego Cavalieri, seu mais novo ídolo.
Quem vê Daniel Kovacs vê também Mirko Di Pierro. O lateral-direito italiano de 19 anos é companhia inseparável do húngaro. O garoto de Milão, que, com 5 anos, acompanhado pela tia, pisou no estádio San Siro pela primeira vez para ver o clássico Milan x Inter, sonhava seguir os passos do ídolo Inzaghi. Jogava no ataque do clube rossonero até chegar ao Brasil, com 18 anos. O técnico Marcelo Veiga viu atributos para transformá-lo em lateral-direito. Mirko Di Pierro gostou da mudança e agora será lateral para sempre.
- O futebol brasileiro, agora que eu estou jogando aqui, é muito difícil. O Campeonato Brasileiro tem muita técnica. O Italiano é diferente, tem muito mais marcação. Melhorei na técnica e na marcação, antes era um atacante-lateral. Lateral tem que aprender mais marcação. Estou gostando da posição nova, mas tenho que me adaptar. Ainda quero muito atacar - disse Mirko, que já foi ao Maracanã ver um Fla-Flu e sentiu a mesma magia dos tempos de menino em Milão.