Com passagens por Criciúma, Santa Cruz e Paysandu, jogador de 36 anos anuncia a aposentadoria e revela que pretende estudar para desempenhar a função de treinador
Têti não entrará mais em campo pela Cabofriense. Aos 36 anos, um dos jogadores mais identificados com o clube e com a torcida resolveu ceder às barreiras do tempo e pendurou as chuteiras para se dedicar ao futebol fora das quatro linhas. Os 17 minutos jogados contra o Madureira, pela décima rodada do Campeonato Carioca deste ano, foram os últimos do meia com a camisa tricolor como atleta profissional. Com passagens por Botafogo, Vasco, Santa Cruz, Criciúma e Paysandu, ele se dedicará agora à carreira de treinador. E fará, inclusive, parte da comissão técnica do Tricolor Praiano na disputa da Copa Rio deste ano para ganhar experiência.
Têti, auxiliar na cabofriense (Foto: Andreia Maciel / Cabofriense)] Têti fará parte da comissão técnica da Cabofriense na Copa Rio (Foto: Andreia Maciel / Cabofriense)
- A decisão de parar nunca é fácil. É uma decisão muito difícil. Mas estou com uma idade elevada para o futebol. Há alguns anos venho lidando com lesões - afirma o ídolo da Cabofriense, que se vê neste momento diante de mais um recomeço.
- Estou em outra função agora. Vou fazer parte de comissão técnica da Cabofriense daqui para frente e espero ajudar o clube da melhor forma possível. Daqui para frente vou estar iniciando uma nova etapa no futebol - declarou.
De chuteiras nos pés
Homem veloz, de habilidade e conhecido pelos chutes de longe no período em que atuou, Têti, que esteve presente na campanha do vice-campeonato da Série B do Brasileiro de 2003 com o Botafogo, ao fazer uma balanço do que viveu no futebol, recordou com carinho a passagem pelo clube que considera o mais importante da carreira.
- O Botafogo me marcou muito. O clube passava por um momento complicado, tinha sido rebaixado, e conseguimos resgatar a dignidade do time - relembra o meia, que não carrega o mesmo discurso quando o assunto são as atuações pelo Vasco.
De coração vascaíno, no discurso de despedida dos gramados, o meia não escondeu a frustração por ter não ter conseguido aproveitar as oportunidades que teve no time de São Januário em 2005 - pouco utilizado, ele ficou aproximadamente seis meses no clube.
- Foi um período em que eu não estive bem. Até em termos de rendimento. Joguei pouco pela equipe e participei pouco. Foi uma grande oportunidade que eu deixei passar - afirmou Têti, que, apesar de não ter se destacado no clube que ama, fez um balanço positivo da sua desenvoltura no futebol em um bate-papo com o GloboEsporte.com que você confere abaixo.
Fim da carreira de jogador
Eu tomei a decisão de parar assim que acabou o Carioca, fiquei apenas esperando algumas coisas. Mas resolvi me preparar, fiz cursos no Rio. Não sou mais um atleta de futebol. Estou em outra função agora. Vou fazer parte de comissão técnica da Cabofriense daqui para frente e espero ajudar o clube da melhor forma possível. Daqui para frente vou estar iniciando uma nova etapa no futebol. Espero que dê tudo certo também nessa nova fase.
Escolha complicada
A decisão de parar nunca é fácil. É uma decisão muito difícil. Mas estou com uma idade elevada para o futebol. Há alguns anos venho lidando com lesões, tive que fazer cirurgias. Então, me reuni com a minha família e tomei a decisão de parar. Foi a melhor coisa. Estou vivendo um processo agora. Um novo processo, um recomeço no futebol.
Bagagem no futebol
Eu passei por 16 clubes na minha carreira se eu não estou enganado. Aprendi muito nos times que passei. Tive grandes experiências. Agora, espero dar continuidade no meu trabalho no meio do futebol. Ajudar de outra forma, de fora dos gramados.
O primeiro clube grande
Foi a primeira oportunidade que tive em um time grande. Eu tinha 25 anos, acabei ganhando destaque em times pequenos, e fui chamado para jogar no Botafogo. Foi até curioso o que aconteceu. Em 2003, eu estava acertado com o clube. Mas fui fazer um amistoso pela própria Cabofriense contra o Botafogo, e acabei lesionando o pé. Mesmo com o pé engessado, o clube manteve o acordo e me contratou. Acabei conseguindo me recuperar e estive no elenco que foi vice-campeão da Série B do Campeonato Brasileiro e que voltou à Primeira Divisão. Foi tudo muito marcante para a minha carreira.
Não ter rendido na Colina
No Vasco foi um período em que eu não estive bem. Até em termos de rendimento. Joguei pouco pela equipe e participei pouco. Foi uma grande oportunidade que eu deixei passar em um clube de tradição. E eu sou vascaíno também, então, sinto que não consegui aproveitar a oportunidade de atuar no meu time. Mas me sinto orgulhoso por ter vestido a camisa do clube, foi muito importante para mim. Queria ter rendido o esperado e ter feito diferente.
Carinho pelo Tricolor Praiano
Eu quero que a Cabofriense cresça cada vez mais. Tenho muito carinho pelo clube, por tudo que passei. É um clube que sempre me abraçou, o clube da minha cidade. Me sinto feliz por ter entrado para a história dele. Passei por momentos muito complicados, difíceis, mas também vivi coisas boas, fui campeão. Fico feliz com todo o reconhecimento. Sou muito grato.
Time mais especial
O clube mais marcante da minha carreira foi o Botafogo. Eu tenho uma identificação muito grande com a Cabofriense, mas o Botafogo me marcou muito. O clube passava por um momento complicado, tinha sido rebaixado, e conseguimos resgatar a dignidade do time. Foi o melhor período da minha carreira.
Passagens marcantes
Eu vivi grandes momentos com o Paysandu. Alguns momentos complicados também. Mas foi um clube que me deu oportunidades, onde consegui ter um bom rendimento. Carrego boas lembranças. Minha passagem pelo Santa Cruz foi muito especial também. Cheguei ao clube com expectativas e consegui ser campeão pernambucano. Foi uma experiência muito boa. Fui muito feliz no clube, assim como fui no Criciúma, onde consegui participar do acesso à Série B do Brasileiro. Eu acho que jogador vive disso, de momentos importantes, de acessos, conquistas. Fico feliz de ter ficado marcado nesses clubes por essas coisas.
O futuro
Eu pretendo futuramente me tornar treinador. É o que eu penso e desejo. Não sou treinador ainda, estou me preparando para isso para ter uma oportunidade. A comissão técnica da Cabofriense está me abrindo as portas, o técnico Edson Souza está me dando uma oportunidade. Espero ajudar e aprender ao máximo com essa experiência.