Faioli supera grave lesão e cadeira de rodas para "recomeçar" no Rio Branco

Não existem dúvidas que a temporada 2013 representa uma enorme pressão por títulos aos jogadores do Rio Branco-ES. Afinal, o aniversário no dia 21 de junho marca o centenário do clube e os torcedores não querem que o ano festivo passe em branco.

Se a responsabilidade por conquistas é grande, a diretoria alvinegra achou por bem manter parte do elenco da última temporada e buscar contratações de jogadores experientes. Entre esses, está o atacante Faioli, de 29 anos.

Cria das categorias de base da Desportiva Ferroviária, maior rival capa-preta, Faioli foi campeão capixaba pelo Serra, em 2005. Por ser um jovem promissor, teve passagens por clubes da elite brasileira, como o Vasco (no início de 2006, uma partida em 2008 e parte de 2009), Leixões, de Portugal (2009)  e Vitória-BA (2007). No entanto, a carreira encontrou obstáculos e o jogador foi obrigado a interromper sua trajetória por muitos meses. Por conta de um grave lesão, o atacante passou por duas sérias cirurgias e chegou a fazer uso de cadeira de rodas

- Ao longo dos anos, fui tendo uma calcificação nos tendões dos dois tornozelos e um esporão foi crescendo. Chegou um ponto que doía demais e não dava mais pra aguentar. Tratei, não deu resultado, aí fiz as cirurgias nos dois pés de uma vez. Operei em janeiro de 2011 e fiquei três meses usando cadeira de rodas. Não dava pra fazer força com os pés. Praticamente tive que reaprender a andar. Fiz muita fisioterapia e meu médico Felipe Queiroz me deu muita força para continuar com o sonho de voltar a jogar - explica o jogador.

Recomeço no Tupy-ES e planos com o Brancão Em fase de recuperação, Faioli voltou a praticar atividades físicas no segundo semestre de 2012, quando utilizava o estádio Gil Bernardes, do Tupy-ES, para correr em volta do campo. Nessa época, surgiu o primeiro convite para voltar a jogar. Mesmo sem condições ideais, Faioli, por gratidão ao clube que o acolheu, defedeu o time da Toca do índio na Série B Estadual. Hoje no Rio Branco, o jogador relembra o \"recomeço\" e faz planos com a camisa alvinegra.

- Eu pegava meu tênis e ia para o campo correr. Vendo minha evolução, o Alex Passos (treinador do Tupy-ES na época) me convidou para treinar junto com o grupo. No começo não foi fácil, mas fui me acostumando. A volta foi até rápida, pensei que só iria voltar a jogar em 2013 mesmo. A pré-temporada aqui no Rio Branco foi ótima, principalmente para mim que estava praticamente parado a mais de dois anos. Devo ter perdidos uns 5 quilos, aproveitei ao máximo, peguei o ritmo de jogo que precisava. Por tudo que vi aqui, o torcedor do Rio Branco pode esperar coisa boa. A gente sabe que é ano centenário e queremos entrar pra história do clube - conta.

Estreia no Capixabão e \"lenha para queimar\" Passada a pré-temporada e garantindo estar 100% recuperando das lesões, o atual camisa 9 alvinegro celebra a estreia com vitória por 2 a 1 sobre o Real Noroeste na primeira rodada do Campeonato Capixaba, no último sábado. Para o atacante, a expectativa agora fica por conta do encontro com a torcida do Rio Branco, no sábado, às 16h, contra o São Mateus, em jogo que será transmitido ao vivo pelo GLOBOESPORTE.COM. O clássico acontece no Engenheiro Araripe, estádio que pertence à Desportiva e onde Faioli deu seus primeiros passos como jogador profissional.

- A estreia foi ótima tanto para mim quanto para o grupo todo e a tendência é melhorar a cada jogo. Aos poucos vou chegando a melhor forma. Me senti bem e fiquei em campo até os 30 minutos do segundo tempo. Como o time foi bem na estreia, esperamos arquibancadas cheias no sábado. É  sempre bom voltar ao Araripe, ali foi minha casa durante anos - diz Faioli.

Se o pensamento atual de Faioli está completamente voltando para o Rio Branco-ES, o jogador não descarta a possibilidade de voltar aos grandes centros do futebol nacional.

- Lógico que penso em voltar a algum time grande. Tenho 29 anos, a gente vê vários jogadores jogando até os 35 por aí. Ainda posso dar mais pelo futebol - finaliza o camisa 9. *Sob supervisão de Sidney Magno Novo